Brasil pode acelerar descarbonização do mundo, diz secretário do governo
27/03/2024 16h16
O Brasil não deve ser um mero produtor de energia de energia eólica offshore, mas pode atrair empresas da cadeia de suprimentos e as eletrointensivas que precisam se descarbonizar, disse o secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério da Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Rodrigo Rollemberg.
Ele anunciou, durante a segunda edição da Brazil Offshore Wind Summit, no Rio de Janeiro, a criação de um grupo de trabalho com representantes do governo e do setor de energia eólica, e outras renováveis, para planejar a entrada dessa nova tecnologia no Brasil e como atrair outras empresas para impulsionar a economia.
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"O Brasil tem uma grande oportunidade de liderar o offshore e temos condições de acelerar o processo de descarbonização do mundo todo", afirmou Rollemberg durante a abertura do segundo e último dia do evento.
Ele disse estar confiante na aprovação do marco regulatório do setor pelo Congresso Nacional ainda no primeiro semestre deste ano. Após essa aprovação, o país poderá iniciar os projetos de geração de energia elétrica eólica no mar, uma das principais soluções para ajudar no processo de combate ao aquecimento do planeta.
"Para limitar a 1,5 grau o aquecimento global, precisamos de 2.500 gigawatts de eólica offshore, e o Brasil pode oferecer quase um terço disso, e precisamos ter políticas bem definidas, temos que agir de forma rápida", disse Rollemberg.
Ele destacou também que os projetos de produção de hidrogênio verde do país a partir da geração eólica offshore devem agregar valor aos produtos, como na produção de fertilizantes, aço, cimento, entre outros, e não se limitar à exportação da commodity.
"Não haverá transição energética justa se não houver desenvolvimento industrial nos países produtores de energia", afirmou o secretário, ressaltando que o Brasil precisa aproveitar o momento, "quando temos nova política industrial, o BNDES alinhado com essa política de industrialização, um Ministério da Fazenda que coloca como prioridade o plano de transformação ecológica, e em um momento em que o Brasil dirige o G20 e vai receber a COP30."