Maioria das emissões de CO2 nas mineradoras vêm de máquinas a diesel
28/05/2024 16h15
As emissões de Escopo 1 das mineradoras somaram 11,3 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (CO2e) em 2022, sendo que a maior parte (59%) do volume vem da movimentação de grandes máquinas e equipamentos, incluindo veículos movidos a diesel. Os números fazem parte do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Setor Mineral, elaborado pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) e divulgado nesta terça-feira (28).
As emissões de Escopo 1 são as liberadas na atmosfera como resultado direto da operação das empresas. As de Escopo 2, indiretas e provenientes da energia elétrica adquirida para uso da companhia, alcançaram 1 milhão de toneladas. As de Escopo 3 contabilizam as emissões da cadeia de valor dos produtos. De acordo com o Ibram, as emissões de processamento do produto (categoria 10 do Escopo 3) totalizaram 762,2 milhões de toneladas. Nessas emissões foram consideradas também as emissões da categoria 11 (uso do produto).
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Nas emissões de Escopo 1, as categorias mais representativas são combustão móvel (59%) e mudança do uso do solo (14%), o que é coerente com o perfil de operações do setor, com movimentação de grandes máquinas movidas a diesel para extração mineral e necessidade de alteração da vegetação para limpeza do solo, explicou o Ibram.
O estudo conclui que, com avanços tecnológicos e iniciativas inovadoras, é provável que a mineração se torne menos intensiva em carbono no futuro. Também aponta possibilidades de ações para descarbonização, como adoção do hidrogênio verde para caminhões e equipamentos de mineração, que, lembra o estudo, necessita de arcabouço regulatório e metodológico robusto. Outra medida proposta é a eletrificação de equipamentos e frota, que tem como obstáculos o aumento do consumo de energia elétrica, o tempo de carregamento das baterias dos veículos e a disponibilidade de veículos e de capacidade.