Chefe da ONU pede imposto para petroleiras para conter mudanças climáticas

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, defendeu nesta quarta-feira 5) a adoção de um imposto extraordinário sobre os lucros das empresas de combustíveis fósseis para ajudar a bancar os esforços de combate ao aquecimento global.

Em um discurso programado para o Dia Mundial do Meio Ambiente, o chefe da ONU recorreu a novos dados e projeções para tecer um argumento contra as grandes petroleiras.

Guterres apelou às empresas de mídia e tecnologia para pararem de aceitar publicidade dos maiores players da indústria de combustíveis fósseis, como foi feito em alguns lugares com o setor de cigarros.

Ele também repetiu preocupações sobre subsídios pagos em muitos países para combustíveis fósseis, que ajudam a manter os preços baixos para os consumidores.

"A mudança climática é a mãe de todos os impostos ocultos pagos por pessoas comuns e países e comunidades vulneráveis," ele disse. "Enquanto isso, os padrinhos do caos climático - a indústria de combustíveis fósseis - obtêm lucros recordes e se aproveitam de trilhões em subsídios financiados pelos contribuintes."

Guterres disse que as emissões globais de dióxido de carbono devem cair 9% ao ano até 2030 para que a meta de 1,5 ºC sob os acordos climáticos de Paris seja mantida viva.

"Precisamos de uma saída da autoestrada para o inferno climático," Guterres disse.

Ele exortou ao G20 - que vai realizar uma cúpula no Brasil no próximo mês e é responsável por cerca de 80% de todas as emissões de dióxido de carbono - que lidere os esforços pelo clima. O 1% mais rico da Terra emite tanto quanto dois terços de toda a humanidade, disse Guterres.

"Não podemos aceitar um futuro onde os ricos são protegidos em bolhas climatizadas, enquanto o resto da humanidade é açoitado pelo clima letal em terras inabitáveis," disse Guterres.

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Ele apelou ao "financiamento global", aludindo a bancos e instituições financeiras internacionais, para ajudar a contribuir, dizendo que "fontes inovadoras de fundos" são necessárias.

"É hora de colocar um preço efetivo no carbono e taxar os lucros extraordinários das empresas de combustíveis fósseis," disse Guterres.

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