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Proteção do clima não é crime, diz Greta Thunberg após prisão por protesto

Com informações de Giacomo Vicenzo

de Ecoa, em São Paulo (SP)

18/01/2023 10h47

A ativista ambiental Greta Thunberg rapidamente retomou sua campanha nesta quarta-feira depois de ter sido brevemente detida na Alemanha durante um protesto contra a expansão de uma mina de carvão, afirmando no Twitter que proteger o clima não é crime.

"Ontem fiz parte de um grupo que protestava pacificamente contra a expansão de uma mina de carvão na Alemanha. Fomos questionados pela polícia e depois detidos, mas fomos soltos mais tarde naquela noite", tuitou Greta Thunberg, que completou dizendo:

"Proteção do clima não é crime."

Ela foi detida com outros ativistas que manifestavam contra a demolição da vila de Luetzerath para abrir caminho para a expansão de uma mina de carvão a céu aberto de propriedade da RWE.

Greta Thunberg foi carregada por três policiais e segurada pelo braço em um local afastado da mina e escoltada para vans da polícia. Ela foi liberada mais tarde.

Ela descreveu a expansão da mina como uma traição às gerações presentes e futuras e acusou a Alemanha de ser um dos maiores poluidores do mundo.

O protesto destacou as crescentes tensões sobre a política climática de Berlim com ambientalistas sob o argumento de que as metas climáticas estão sendo negligenciadas com o retorno a combustíveis mais sujos durante uma crise energética causada pela invasão russa da Ucrânia.

Quais os problemas em usar carvão mineral?

Altamente poluente, a queima do carvão mineral libera gases como enxofre e ocasiona chuvas ácidas. Além disso, assim como as outras matrizes energéticas de origem fósseis, está diretamente ligado às mudanças climáticas.

O meteorologista Fabio Luiz Teixeira Gonçalves, professor do Departamento de Ciências Atmosféricas do IAG (instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas), alerta que a única maneira de mitigar o aquecimento global é parar a queima desenfreada dos combustíveis fósseis.

"Se não houvesse essa queima, poderíamos estar dando os primeiros passos rumo a mais uma era glacial. Vinte eras glaciais já ocorreram nos últimos 2 milhões de anos", afirma o meteorologista em entrevista para matéria em Ecoa.

Grande parte dos países da Europa usa energias importadas de origem fósseis, entre as quais o gás e o carvão mineral, que agora, após a crise ocasionada pela guerra na Ucrânia, ganhou novamente um local de destaque nas matrizes energéticas.

Diferentemente do Brasil, que usa usinas hidrelétricas para produzir grande parte da energia elétrica, em muitos países europeus essa matriz vem das chamadas termelétricas, que funcionam queimando carvão para girar espécies de motores, que produzem a energia elétrica consumida.