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'Plano Marshall' na Amazônia? Essa é a sugestão de Marina Silva

16.jan.2023 - Marina Silva discursa durante o Fórum Econômico Mundial 2023 - 16.jan.2023 - Reprodução/World Economic Forum
16.jan.2023 - Marina Silva discursa durante o Fórum Econômico Mundial 2023 Imagem: 16.jan.2023 - Reprodução/World Economic Forum

De Agências

16/05/2023 17h09

BRASÍLIA (Reuters) - A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, pediu nesta terça-feira a oito países amazônicos para se unirem a fim de evitar que a floresta tropical chegue a um ponto de destruição sem volta, o que pode acontecer se um quinto das árvores for perdido.

A ministra disse que um esforço do tamanho do Plano Marshall pós-Segunda Guerra Mundial é necessário para salvar a maior floresta tropical do mundo e riqueza incalculável de biodiversidade de chegar a um ponto sem retorno, quando especialistas dizem que a Amazônia vai secar e se transformar em Cerrado.

Ministros, diplomatas, líderes indígenas, especialistas em clima e ambientalistas brasileiros iniciaram uma conferência preparatória de três dias para uma cúpula amazônica que debaterá medidas para proteger a floresta, em 8 e 9 de agosto, em Belém.

A cúpula presidencial é uma tentativa de levar os países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) a agirem juntos para preservar a Amazônia e promover o desenvolvimento sustentável em uma região ameaçada por madeireiros ilegais e garimpeiros, traficantes de animais e narcotraficantes.

A organização foi iniciada em 1978 por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. A Guiana Francesa, um território ultramarino da França, é convidada para as reuniões.

"Não podemos ultrapassar 20% de destruição da Amazônia que é o ponto de não retorno", disse Marina.

A construção de mercados para os produtos amazônicos, como açaí, guaraná, castanha-do-pará, cacau, abacaxi e outras frutas e matérias-primas, é necessária para proporcionar sustento aos habitantes da região e construir uma economia sustentável, acrescentou a ministra.

As lideranças indígenas afirmam que suas comunidades na Amazônia são as melhores guardiãs da floresta e o reconhecimento de suas reivindicações de terras ancestrais é fundamental para a preservação da diversidade biológica e cultural da região.

"Garantir nossos direitos territoriais é essencial para o desenvolvimento sustentável e a luta contra as mudanças climáticas", disse Kleber Karipuna, coordenador da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), a principal organização indígena do Brasil.

O climatologista Carlos Nobre disse que 18% da floresta já foi destruída até agora.

Nas reuniões serão ouvidas propostas de coordenação das forças policiais dos oito países para tratar de questões transfronteiriças.