Desmatamento na Amazônia brasileira cai 45,7% em um ano, mas sobe em julho

O desmatamento na Amazônia brasileira teve alta de 33,2% em julho em comparação com o mesmo mês do ano passado, mas recuou 45,7% no acumulado em 12 meses entre agosto de 2023 e julho de 2024, mostraram dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgados nesta quarta-feira (7).

Foi o primeiro aumento mensal após 15 meses de queda na destruição da floresta durante o governo do presidente Luiz Inácio da Silva, mas ainda assim os níveis de desmatamento são muito menores do que no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O desmatamento da Amazônia em julho de 2022, último ano do governo Bolsonaro, foi quase três vezes maior do que os dados parciais de julho de 2024.

"No mês de julho foram registrados 666 km² sob alertas de desmatamento na Amazônia, alta de 33% em relação ao mesmo mês de 2023 (500 km²), após queda de 55% em relação a julho de 2022 (1.487 km²), último ano do governo anterior", disse o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima em nota.

O aumento na destruição florestal se deve em parte a uma greve de trabalhadores ambientais iniciada em junho, que reduziu drasticamente a aplicação das leis contra o desmatamento, disse Wallace Lopes, líder do sindicato de trabalhadores ambientais Ascema.

"A greve certamente impactou no aumento desses dados, tem as informações de redução de número de autos de infração lavrados, número de operações executadas na Amazônia e número de embargos também", disse.

A greve envolve tanto o principal órgão federal de fiscalização ambiental, o Ibama, quanto o serviço de parques, o Icmbio.

Procurado pela Reuters, o Palácio do Planalto não respondeu de imediato. O Ministério do Meio Ambiente não fará comentários sobre os dados preliminares antes da coletiva de imprensa, disse um porta-voz.

Os dados surgem em um momento em que a floresta amazônica tem sofrido inúmeros incêndios, em meio a uma seca na região impulsionada pelas mudanças climáticas. A temporada de incêndios normalmente atinge seu pico em agosto e setembro.

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Os esforços de combate a incêndios não estavam sendo afetados pelas greves realizadas pelos trabalhadores ambientais.

Em relação ao Cerrado, o desmatamento em julho teve recuo de 26,7% em comparação com o mesmo mês do ano passado, enquanto o acumulado entre agosto de 2023 e julho de 2024 registrou alta de 9%.

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