Papo Preto #100: Coletivo estuda o audiovisual a partir de uma perspectiva afrocentrada
De Ecoa, em São Paulo
12/10/2022 06h00
Este episódio de Papo Preto recebe Marise Urbano e Gabriel Muniz, representantes do coletivo Cinema Negro Sonoro, que atua em diversas áreas do audiovisual que buscam pesquisar e produzir narrativas afrocentradas, focadas na dimensão da escuta, na troca e no acolhimento.
Marise diz que quando o cinema passou a ser falado houve uma grande discussão sobre a perda da potência da narrativa. "É o que acontece quando damos muita ênfase à fala e se perde o ruído como elemento narrativo, se perde a música. Mas discutimos sempre como é que a música interage na narrativa, e dentro do cinema negro, por que não vamos buscar a nossa ancestralidade para pensar a música, que tipo de música é?" (a partir de 13:36 do arquivo acima).
Gabriel Muniz explica que a cinematografia foi pensada para captação de luz principalmente focada na pele branca. "E aí já conseguimos perceber uma dimensão de ordem tecnológica que é excludente em relação à imagem de pessoas negras", diz. "Outro ponto, que tem a ver com um aspecto ideológico, é como as narrativas e as estéticas dos filmes criaram representações da pessoa negra, que eram extremamente racistas" (a partir de 15:52 do arquivo acima).
Papo Preto é um podcast produzido pelo Alma Preta, uma agência de jornalismo com temáticas sociais, em parceria com o UOL Plural, um projeto colaborativo entre o UOL, coletivos e veículos independentes. Novos episódios vão ao ar todas as quartas-feiras.
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