21/05/2010 - 15h54

Eventual eleição de Collor em Alagoas é "mais um degrau" para volta à Presidência, diz Roberto Jefferson

Carlos Madeiro
Especial para o UOL Eleições
Em Maceió

O presidente nacional do PTB e ex-deputado federal Roberto Jefferson afirmou nesta sexta-feira (21), em Maceió (AL), que a candidatura do senador Fernando Collor de Melo ao governo de Alagoas é “mais um degrau” para consolidar o projeto do partido de reconduzi-lo à Presidência da República.

"Ele é o maior ícone do PTB e está reconstruindo sua trajetória política, que foi abruptamente abortada numa das maiores ilegalidades que o Brasil já assistiu. Eu aposto na eleição dele aqui em Alagoas. A candidatura de Collor está consolidada, ele vai fazer um governo inesquecível e se credencia para a disputa da Presidência”, disse ele, que cumpre agenda política no Estado até o domingo.

Jefferson ainda disse que a candidatura de Collor ao Planalto acontecerá no momento que o senador “se sentir pronto”, mas faz uma aposta. "Ele quem vai dizer, mas seria emblemático que fosse em 2014, já que 14 é o número do nosso partido. Ele vai começar reconduzido pelo seu povo, depois, pelo país. Ele é o meu candidato de 2014", declarou.

O líder nacional do PTB disse que Collor é hoje um “homem pronto” para qualquer cargo executivo, diferente de 1990, quando assumiu como presidente. “Ele é um homem muito mais maduro. Naquela época ele tinha muito mais testosterona. Hoje ele já chegou aos 60, é equilibrado, suporta desaforo. Quem chega a essa idade aprende a apanhar”, afirmou.

Collor x mensalão

Em uma longa conversa com jornalistas, o presidente do PTB ainda comparou as denúncias que Collor enfrentou em 1992 com o mensalão do PT, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, que – para ele – foram “incomparavelmente” mais graves. "Paulo César Farias [ex-tesoureiro da campanha de Collor em 1989] é menino de procissão perto de Delúbio Soares, Marcos Valério, dessa turma do PT. Collor caiu porque não tinha base parlamentar”, disse.

O presidente nacional do partido ainda confirmou que teve conversa esta semana com o pré-candidato do PDT ao governo de Alagoas, para tentar convencê-lo a desistir da disputa em Alagoas, mas sem sucesso. "Conversei com [Ronaldo] Lessa, mas ele disse não ser possível, que já estava com acordos firmados. Faz parte da democracia", disse.

“Dilma é um produto”

Em Alagoas, o presidente do PTB ratificou o apoio nacional do partido ao pré-candidato José Serra (PSDB), embora Collor já tenha declarado apoio a Dilma Rousseff (PT). "Não vamos fraturar o partido por conta de eleição presidencial. A Dilma não é espontânea, é um produto fabricado. O PTB, aliás, tem um histórico que não o permite apoiar o PT. E eu acho o PT sem Lula é um porre", ironizou.

Jefferson ainda disse que acredita que Dilma deverá subir no palanque de Collor e que isso será "a maior lição que o PT poderá ter". "Eles têm que corrigir esse erro histórico, e o presidente Lula já começou a fazer isso", afirmou.

 

Aliança com o PMDB

A suplente de Collor no Senado, Ada Melo, desmentiu os boatos existentes no Estado de que Collor desistira da disputa para apoiar a reeleição de Teotonio Vilela Fillho (PSDB) e ratificou a candidatura dele. "Eu ando pelas cidades e vejo o clamor da sociedade para que ele volte", disse, admitindo que a possível aliança com o PMDB, do senador Renan Calheiros, está difícil.

"Conversei agora com o deputado federal Joaquim Beltrão [PMDB de ALagoas e cotado para ser vice de Collor] e ele disse que essa possibilidade está totalmente descartada. Mas as convenções acontecem até o dia 30 de junho, vamos ver o que acontece".

 

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