Freixo e Otavio pedem a MP que investigue campanha de Paes no Rio de Janeiro
Do UOL, no Rio
As declarações do presidente estadual do PTN, Jorge Sanfins Esch, sobre um suposto esquema de compra de apoio político em favor da campanha do prefeito do Rio de Janeiro e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PMDB), está mobilizando os três principais adversários do peemedebista na disputa eleitoral: Marcelo Freixo (PSOL), Rodrigo Maia (DEM) e Otavio Leite (PSDB).
Os três cobram do Ministério Público Eleitoral (MPE), que já adiantou que vai investigar o caso, apuração imediata. Se confirmada a prática de crime eleitoral, a candidatura do peemedebista --líder das pesquisas de intenções de voto do Datafolha e do Ibope, com mais de 50%-- poderia ser impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Freixo foi o primeiro a entrar com uma representação no MPE. Segundo ele, a medida é uma forma de se manter atento aos resultados da investigação, resultante de uma gravação publicada pela coluna "Radar online", da revista "Veja", no sábado (29). Segundo o site, o coordenador da campanha de Paes, o deputado federal Pedro Paulo (PMDB), teria negociado com o PTN o pagamento de R$ 200 mil para que o partido apoiasse o atual prefeito.
Além disso, há uma suposta negociação no valor de R$ 800 mil que beneficiaria o presidente estadual do partido nanico --que, em função do esquema, teria desistido de lançar como candidato ao governo municipal o presidente do diretório municipal, Paulo Memória.
"Há uma gravação muito clara do presidente de um partido com declarações que, se forem verdade, são um crime eleitoral grave. Cabe ao Ministério Público Eleitoral investigar. Tenho a informação de já está agindo, mas entrei com a representação pois era nossa obrigação, até para sermos informados dos passos da investigação. É necessário apurar os fatos mostrados pela revista", afirmou Freixo.
Além de Freixo e de Otavio Leite, o concorrente do DEM, Rodrigo Maia, confirmou que irá ao Ministério Público para pedir que o órgão investigue a suposta compra de apoio político. Na visão do filho do ex-prefeito César Maia (DEM), uma vez comprovada a irregularidade, o prefeito e candidato à reeleição "precisa ser responsabilizado pelos seus atos".
No sábado (29), a assessoria de Paes afirmou que a coligação não prometeu ao PTN repassar dinheiro em espécie para que o partido nanico apoiasse o peemedebista, e que o suporte recebido pelos candidatos a vereador da legenda se limitaria ao fornecimento de material de campanha --placas, galhardetes e cartazes que compreenderam a um investimento de R$ 154.514.
Freixo levará caso para a PGR
Freixo também afirmou que levará a denúncia sobre a suposta compra de apoio político em favor de Eduardo Paes à Procuradoria-Geral da República, pois o coordenador da campanha do peemedebista, citado pelo presidente estadual do PTN, Jorge Sanfins Esch, como possível operador do esquema, é deputado federal.
O representante do PSOL disse ainda não se importar com as declarações de Pedro Paulo sobre a possibilidade de ir à Justiça. No fim de semana, o peemedebista afirmou que poderia processar Freixo por "calúnia". Em nota, o candidato do PSOL declarou que que "não acusa o deputado federal por nenhum crime, apenas pede a apuração das denúncias".
"Ele tem que se preocupar em se defender, não em tentar inverter o papel. Ele fala que vai me processar por calúnia? Então tem que processar o aliado dele, de um partido chamado para governar com ele. Eu peço apenas para investigar a denúncia feita por esse aliado. Ele está sendo acusado de um crime na gravação, então deveria se preparar para a defesa", disse Freixo.
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