A professora Margarida Salomão (PT) e o deputado estadual Bruno Siqueira (PMDB) disputarão o segundo turno da eleição de Juiz de Fora (283 km de Belo Horizonte), na Zona da Mata mineira. 

Com isso, o atual prefeito da cidade, Custódio Mattos (PSDB), sai da disputa, após ter ficado em terceiro lugar nas urnas.

O primeiro turno foi muito acirrado, especialmente entre Mattos e Siqueira, que estiveram tecnicamente empatados em segundo lugar na maioria das pesquisas de intenção de voto

A partir do fim de setembro, porém, a candidatura de Siqueira ganhou fôlego, enquanto o tucano pareceu ter batido em seu teto, na casa dos 20% das intenções de voto.

O que atrapalhou o prefeito foi seu índice de rejeição, que se manteve estável durante toda a campanha. De acordo com pesquisa feita pelo Ibope em setembro, 37% dos eleitores rejeitavam o prefeito em Juiz de Fora.

Já a petista liderou as pesquisas durante quase todo o primeiro turno. Seus adversários reputam seu bom desempenho ao investimento que sua campanha recebeu.

A campanha de Margarida Salomão registrou uma previsão de gastos de mais de R$ 10 milhões, de acordo com prestação de contas apresentada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em setembro.

Em contrapartida, todos os outros candidatos somados apresentaram previsão de gastos que chega a R$ 7 milhões.

A poucos dias da eleição, porém, pesquisas começaram a apontar uma queda da petista, que reagiu subindo o tom dos ataques ao candidato tucano. Margarida Salomão passou a criticar o serviço de limpeza da cidade e os salários pagos aos servidores públicos, especialmente de professores e funcionários do sistema público de educação.

Mattos, então, passou a defender suas políticas e a questionar a coerência política de sua adversária e de seu partido, que teria se recusado a assumir o compromisso de aumentar os salário dos servidores caso eleita.

O maior beneficiado com este embate acabou sendo Bruno Siqueira, que tentou passar a imagem de estar à frente de uma candidatura inovadora, distante da polarização entre PT e PSDB. 

Isso não o impediu, entretanto, de desferir críticas à candidata petista, que recebeu um golpe externo à campanha no fim de setembro: a Justiça Federal aceitou uma ação do Ministério Público e abriu processo por improbidade administrativa contra a candidata. A causa são suspeitas de irregularidades em obra da Universidade Federal de Juiz de Fora realizada enquanto a petista era reitora da instituição (1998-2006).

Outros três candidatos disputaram as eleições em Juiz de Fora, que fica a 272 km de Belo Horizonte: Laerte Braga (PCB), Paschoalin (PRP) e Vic (PSTU).