"PT é o partido do poder que sucede dos coronéis", diz presidente do PSDB

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

O presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PSDB-PE), afirmou nesta quarta-feira (17) que o PT é “o partido dos grotões. Do poder que sucede dos coronéis".  "O PT perdeu sintonia com a opinião pública", disse durante entrevista em que fez um balanço sobre as eleições no primeiro turno e as perspectivas do partido para o segundo turno da eleições deste ano.

Na avaliação de Guerra, o que importa é vencer nos grandes centros, que, para ele, são formadores de opinião e têm influência em eleições para governador ou presidente. O tucano concedeu uma entrevista coletiva em que fez um balanço do desempenho do partido no primeiro turno.

“Em uma eleição municipal, é mais relevante do ponto de vista majoritário nacional ou mesmo estadual quanto mais ela é formadora de opinião pública. Então, ganhar em 10, 20, 50, 100 municípios grotões não é elemento relevante para eleição de governador nem de presidente da República. Eleições nas áreas que formam opinião pública são o centro da disputa quando se tem de olho eleições majoritárias e consolidação partidária”, afirmou.

Segundo o presidente tucano, o primeiro turno apontou um equilíbrio entre os principais partidos do país --PT, PSDB e PMDB--, mas a situação poderia sofrer alteração dependendo do resultado do segundo turno nos centros metropolitanos e nas capitais.

“As eleições são surpreendentes no geral. De um lado, são positivas porque demonstraram a multiplicidade de partidos e não provaram a hegemonia de ninguém. Mas, de outro lado, elas demonstram uma franca dispersão, com alguns sinais que já podem ser reconhecidos, como o triunfo, mesmo que ainda provisório, de candidaturas desenquadradas e preferencialmente de candidatos mais jovens ou candidatos novos [na política]”, disse.


Ele minimizou o crescimento de partidos como o PSB, embora tenha reconhecido que houve uma redução da presença do partido em Estados como a Bahia e o Ceará, além de algumas regiões de São Paulo.

Guerra criticou ainda a “multiplicação de partidos”, que indicaria uma “debilidade do sistema partidário”. Segundo ele, isso ficou claro ao mostrar uma assimetria entre o tempo de televisão e o resultado nas urnas.

“Não dá para estabelecer partidos com consistência crescente nesse ambiente de multiplicação dos partidos. Essa eleição agora demonstrou mais do que qualquer outra a debilidade do sistema partidário. O esforço de unificação de legendas no plural com vistas à formação de tempo eleitoral é completamente viciado. Ou os governadores e prefeitos fortes tinham mais capacidade de mobilizar e juntar legendas ou o poder econômico fazia isso”, avaliou.

Previsões para o segundo turno

Guerra se mostrou confiante na vitória nos pleitos de São Paulo, Manaus e Belém. “É claro que as eleições de alguns municípios do interior do Estado de São Paulo e da capital de São Paulo e outras áreas, como Salvador, esses resultados vão afetar os números gerais.”

Em relação a São Paulo, disse que o tucano José Serra é um nome muito forte e que, segundo ele, o adversário Fernando Haddad (PT) não tem chances por ter sido um “flagelo” como ministro da Educação.

“Em São Paulo, a gente trabalha com a hipótese de ganhar. E a polarização do PT e PSDB volta a prevalecer. As informações mais recentes nossas são de uma disputa muito dura que, neste instante, não define muita coisa. Temos a convicção de que os argumentos da campanha do Serra são mais sólidos do que os argumentos da campanha do Haddad. Toda vez que a polarização se dá entre PT e PSDB, a tendência é o PSDB ganhar”, afirmou Guerra.

No total, o PSDB elegeu 691 prefeitos no primeiro turno. No segundo turno, candidatos tucanos disputam em 17 cidades. Dessas, oito são capitais: São Paulo, João Pessoa, Manaus, Rio Branco, Teresina, Vitória, Belém e São Luís.
Foram eleitos 5.146 vereadores no país.

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