SC elege dois deputados federais com problemas na Justiça
Renan Antunes de Oliveira
Do UOL, em Florianópolis
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Renan Oliveira/UOL
João Paulo Kleinubing (PSD) é ex-prefeito de Blumenau
Dois deputados federais eleitos por Santa Catarina chegarão à Câmara dos Deputados já enfrentando problemas na Justiça. Uma empresária até então desconhecida surpreendeu no sul do Estado e foi eleita pelo PSDB, tornando-se a segunda mulher na bancada federal catarinense.
O Estado mudou apenas três dos 16 da bancada. Entre os novos eleitos estão o ex-prefeito de Blumenau, João Pedro Kleinubing (PSD), e César Souza (PSD), pai do prefeito de Florianópolis, César Júnior. Souza era primeiro suplente do senador Paulo Bauer (PSDB), por sua vez derrotado para governador.
Kleinubing é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de fraudar licitações que resultaram num desvio de cerca de R$ 100 milhões dos cofres da cidade, durante seus mandatos (2005-2012). Justiça ainda não aceitou a denúncia do MPE e não tem prazo para fazê-lo. O processo tramita em sigilo.
O reeleito deputado federal João Rodrigues (PSD) é o segundo a enfrentar a Justiça: ele está condenado a cinco anos de cadeia pelo Tribunal Regional Federal 4, mas continua solto enquanto o STF analisa recurso da defesa. Rodrigues foi acusado pelo MPE de fraude em licitação ocorrida quando era prefeito de Pinhalzinho, em 1999. Ele conseguiu concorrer amparado numa liminar.
O ex-governador Esperidião Amin (PP) foi reeleito com a maior votação do Estado (229.668). O filho dele, João Amin (PP), foi eleito à Assembleia Legislativa. João acumula os cargos de vice-prefeito e secretário de Obras de Floripa.
Na Assembleia, o presidente licenciado da casa, deputado Romildo Titon (PMDB), tornado réu na operação "Fundo do Poço" ainda durante a campanha eleitoral, foi reeleito. Ele foi forçado a deixar a presidência pela Justiça, mas com a reeleição já anunciou a amigos que quer voltar ao cargo.
O governador Raimundo Colombo (PSD), único político catarinense a ser eleito e reeleito sempre no primeiro turno, além da vitória ampliou sua maioria parlamentar na Assembleia, através da coligação com DEM, PDT, PTB, PC do B, PRB, a corrente de Titon do PMDB, PR, PSC, PSDC, PROS, PV.
Um movimento esperado na recomposição do secretariado é a volta do ex-secretário Paulo Bornhausen (filho do histórico líder Jorge Bornhausen).
Ele saiu da equipe de Colombo no início do ano para o PSB, a convite de Eduardo Campos, numa aliança selada fora do Estado apenas porque a família Bornhausen não queria participar da campanha pró Dilma do aliado local Raimundo Colombo. Derrotado pelo PMDB na candidatura ao senado, Paulo deve deixar os socialistas e voltar ao governo, recompondo a aliança familiar.
O PT perdeu duas vagas na AL, resultado da derrota de Dilma no Estado. As pesquisas a davam como vencedora, mas Aécio levou em SC com 52% dos votos.