Coutinho (PSB) vira disputa e é reeleito governador da Paraíba
Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió
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Divulgação/ Facebook
Ricardo Coutinho (PSB) superou adversário tucano e foi reeleito governador da Paraíba
O governador Ricardo Coutinho (PSB), 53, foi reeleito para mais um mandato na Paraíba após conseguir uma arrancada no segundo turno, ultrapassando o senador Cassio Cunha Lima (PSDB), 51.
Com 100% das urnas apuradas, Coutinho obteve 52,6% dos votos válidos contra 47,4% de Cunha Lima.
Nas redes sociais, Coutinho agradeceu a vitória. "Obrigado, Paraíba." "Vou fazer o melhor mandato da minha vida. Agora vamos uivar de alegria: auuuuuuuuuuuuu!", disse Coutinho, no Twitter e no Facebook.
No primeiro turno, Cunha Lima recebeu 47,44% dos votos válidos, contra 46,05% de Coutinho. Eles deixaram para trás o senador Vital do Rêgo (PMDB), que registrou 5,22%.
Ataques
Cunha Lima e Coutinho travaram uma disputa com ataques mútuos. O tucano foi governador na gestão anterior à atual, de Coutinho. Em 2009, Cunha Lima perdeu o mandato após condenação do TSE por compra de votos.
Uma das maiores controvérsias da campanha envolveu a compra de um helicóptero pelo Estado por R$ 9 milhões, na gestão de Coutinho. Cunha Lima afirmou que um equipamento novo custaria R$ 7 milhões e que havia um problema de "corrupção sistêmica" no governo.
Coutinho rebateu com a informação de que, em quatro anos de governo de Cunha Lima (2003-2009), a Casa Civil aumentou os gastos com locação de aeronaves em 4.377%, saltando de R$ 65.100, em 2005, para R$ 2.849.484, em 2008.
Os dois também tiveram de resolver pendências judiciais. Só a 20 dias da eleição, o pleno do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) confirmou a candidatura de Cunha Lima, após negar o pedido de inelegibilidade com base na Lei da Ficha Limpa.
Já o atual governador precisou da autorização da Justiça para contar com o apoio do PT. A união entre os dois partidos havia sido questionada pelo Diretório Nacional do PT e pela campanha do senador -- e também candidato ao governo -- Vital do Rêgo (PMDB). O PT argumentou que uma resolução da direção nacional determinava coligação com o candidato peemedebista, o que não foi cumprido pela convenção estadual.
História
Coutinho começou sua trajetória política como vereador de João Pessoa (1993-1998). Depois, foi eleito deputado estadual (1999-2004) e prefeito da capital paraibana por duas vezes -- em 2004, e reeleito, em 2008.
Em 2010, renunciou ao cargo para disputar o governo da Paraíba, quando foi eleito em segundo turno, com 1.079.164 votos (53,7% dos votos válidos). Também é o presidente estadual do PSB paraibano.
Problemas
A Paraíba tem 3,9 milhões de habitantes. Um dos maiores problemas da população é a insegurança. Segundo o Mapa da Violência 2014, do Instituto Sangari, a Paraíba é um dos cinco Estados mais violentos do Brasil, com taxa de 40,1 homicídios a cada 100 mil habitantes, em 2012. A média nacional é de 29 mortes por 100 mil habitantes.
Outro grave problema que será encarado pelo próximo governador é a seca, que atinge 198 dos 223 municípios -- todos com emergência declarada e reconhecida pela Defesa Civil nacional.
O Estado possui também a segunda menor renda do trabalhador, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), com média de R$ 1.646.
Sobre a renda, Coutinho propõe incentivar as encubadoras de empresas, criar infraestrutura para os distritos industriais e abrir novos espaços empresariais no interior.
Na segurança, o governador diz que vai seguir com o programa "Paraíba unida pela paz", que, segundo o governo, está reduzindo a violência no Estado.
Sobre seca, Coutinho diz que vai conseguir água com a transposição do rio São Francisco, além de capacitação dos agricultores e elaboração de políticas de convivência com o semiárido.
Esperançômetro
Segundo a enquete do "Esperançômetro", mais da metade dos internautas do UOL apontaram que segurança pública é o aspecto em que depositam sua confiança de melhora no Estado.
Na enquete "Avalie Seu Estado", os paraibanos também apontaram a segurança pública como o principal problema, seguida pela seca e pela corrupção.