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Ex-aliado do PT, 'superministro' de Bolsonaro compara Dilma com pandemia

Em tom eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi exaltado pelo ministro Ciro Nogueira (PP) em artigo - Adriano Machado/Reuters
Em tom eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi exaltado pelo ministro Ciro Nogueira (PP) em artigo Imagem: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

12/02/2022 12h50

O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), usou um artigo, que publicou no jornal Correio Braziliense, para criticar o PT, partido ao qual já foi aliado. Nogueira hoje é tido como um "superministro" da gestão de Jair Bolsonaro (PL), exaltado no texto de olho na eleição de outubro, em que o presidente disputa a reeleição.

No artigo, Nogueira questiona se o futuro do Brasil será igual ao passado, citando o PT e esquemas de corrupção nos quase 14 anos de governo entre os mandatos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT). A ex-presidente, inclusive, é usada como referência para uma crítica à sua gestão na economia.

"Hoje, parece que o PT foi absolvido de seus 14 anos de poder. Como se a anulação da sentença de Lula tivesse anulado o mensalão, o petrolão, as pedaladas, a "pandilmia" —a pandemia econômica que destruiu o Brasil em 2015 e 2016—, os "aloprados", escreveu o ministro.

Nas pesquisas de intenção de voto para a eleição de outubro, Lula aparece na frente de Bolsonaro, com chance, inclusive, de vitória em primeiro turno. Nogueira e seu partido, o PP, irão apoiar o atual presidente.

Defesa de Bolsonaro

O artigo diz ainda que "o futuro do PT parece assustador". Para ele, "o PT, surfista que é, surfa na onda de descontentamento mundial e também nacional com os efeitos da maior pandemia humanidade".

Nesse momento, Nogueira defende Bolsonaro, questionando "qual governante democrático não sofreu o peso de desgaste de liderar sua nação no período sanitário mais dramático de todos os tempos". "Com o presidente Bolsonaro, não foi diferente", disse, comparando-o ao americano Joe Biden, à alemã Angela Merkel (grafada como Merckel no artigo), ao argentino Alberto Fernández, entre outros.

Vacinação

O ministro pede que o leitor olhe o que foi feito no governo Bolsonaro "dentro das estreitas margens de manobra disponíveis". Nogueira também minimizou o fato de o presidente não ter se vacinado contra o novo coronavírus.

"Mas é melhor ter um presidente que não se vacina mas que oferece vacinas para todos os brasileiros do que um presidente marqueteiro que se vacinasse e que deixasse faltar uma única vacina para um único brasileiro", disse, ignorando que Bolsonaro rejeitou a compra de vacinas da Pfizer em 2020 e trabalhou contra a CoronaVac.

Para Nogueira, a única crítica que Bolsonaro recebe é crítica ao presidente é de "que ele 'não se vacina'". "É tudo que têm a dizer?", questiona, sem citar a atuação contra medidas que freassem a pandemia, o apoio a atos contra a democracia, os ataques aos demais Poderes, entre outros pontos.

Futuro, segundo Nogueira

O ministro diz que, em 2022, o Brasil estará "escolhendo que futuro queremos ter". "O futuro com o presidente Bolsonaro é previsibilidade e progresso, segurança e crescimento, após passarmos pelo pior", diz Nogueira, que fala que "não haverá surpresas na economia" e que "as reformas avançarão".

Para Nogueira, "o futuro de Lula não é o passado róseo da prosperidade da propaganda petista". Não estamos no mundo em que a China crescia 15% ao ano e empurrava o Brasil ladeira acima. Esse foi o tempo de Lula", diz. "É o passado sombrio que exauriu o país muito antes da Lava Jato ou de suas condenações."