Moro seria adversário mais fácil para Lula em eventual 2º turno, diz Wagner
O senador Jaques Wagner (PT), pré-candidato ao governo da Bahia, disse, em entrevista ao jornal O Globo, considerar o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) um adversário mais fácil a ser vencido por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do que o presidente Jair Bolsonaro (PL), caso haja segundo turno nas eleições presidenciais deste ano.
Na avaliação do parlamentar, Moro "é a mentira que cada vez fica maior" e não tem um grupo de adeptos como o presidente.
"Ele (Moro) não tem esse exército de seguidores e não tem nada de político. Como eu acho que a última opção do povo por alguém que não era da política não deu muito bom resultado, eu não sei se vão optar de novo. É a velha música do cada macaco no seu galho. Ele não entende muito disso daqui. O outro (Bolsonaro) também chegou dizendo que ia botar a banca e virou isso aí, orçamento secreto... Essa é a nova política que se instituiu pelo neófito da política", criticou o senador.
- Veja essa e mais notícias no UOL News com comentários do colunista Marco Antonio Villa:
Apesar de pesquisas de intenção de voto feitas por diferentes institutos mostrarem que Lula aparece à frente, Wagner defendeu que integrantes do PT devem "botar a sandalinha da humildade" e evitar o clima antecipado de vitória, já que a campanha ainda nem começou.
"Eleição não é peru de Natal, não morre de véspera. Eleição tem que trabalhar até a abertura das urnas. Muita gente em 2018 foi dormir com a faixa e acordou derrotada. Não brinco com isso, até me preocupo", ponderou.
Wagner disse ainda que o nome do ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) para a chapa de Lula ainda não está pacificado dentro do partido, mas vê que o ex-tucano cumpre um requisito importante para o posto: ser complementar ao presidente.
"O presidente tem um perfil, um lugar de fala, um público preferencial. Ele tem outro público, outro lugar de fala e outro público preferencial. Ele cumpre, como poderia cumprir a (empresária) Luiza Trajano, como poderia cumprir o (presidente da Fiesp) Josué Alencar, (o ex-ministro) Roberto Rodrigues ou mil outros nomes."
Questionado se o Centrão, que hoje apoia Bolsonaro, pode fazer parte da base de Lula caso ele seja eleito, Wagner disse que é possível.
"Em muitos estados, Nordeste, Norte etc, as pessoas querem andar ao lado do Lula, sem ele ter dado nenhuma emenda para elas. Pelo peso da ideia. Ele é uma ideia-força. O Lula tem a política como arma de trabalho. Então, eu acho que é possível. Lógico que tudo vai depender da construção."
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