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Kassab diz que não há aproximação com Lula e que Leite é 'boa alternativa'

Gilberto Kassab (PSD) em audiência pública de comissão do Senado - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Gilberto Kassab (PSD) em audiência pública de comissão do Senado Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/02/2022 11h07Atualizada em 17/02/2022 12h45

Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, negou que tenha se aproximado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e afirmou que, caso o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), não queira se candidatar ao Planalto pela sigla, avalia como uma "boa alternativa" para a disputa o nome de Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul.

Leite confirmou na última semana que mantém diálogos com o PSD. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o tucano destacou, no entanto, que as conversas ainda estão em estágio "incipiente, muito iniciais" e não descartou concorrer à reeleição em seu estado — o que é desejado pelos membros do PSDB.

"Ele [Pacheco] ainda está avaliando, foi convidado para ser candidato, pediu tempo para avaliar e está avaliando. Tem tudo para ele ser candidato, eu mesmo vou coordenar a campanha dele se aceitar a candidatura, ele mesmo me convidou. (...) Agora, se ele decidir que não será candidato a presidente, o [governador] Eduardo Leite é uma boa alternativa, não é?", declarou ao jornal "Valor Econômico".

Kassab já afirmou, em outra ocasião, que Leite pode ser candidato ao Palácio do Planalto pelo PSD, caso Pacheco decida não entrar na disputa. O parlamentar avalia desistir da corrida presidencial e focar na eleição para o comando do Senado em fevereiro de 2023.

Na última semana, o governador gaúcho também fez críticas à pré-candidatura do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de quem perdeu nas prévias tucanas para a Presidência, e classificou como "extremamente preocupante" o fato de o paulista não estar crescendo nas pesquisas.

Leite negou que haja uma conspiração contra Doria na legenda, mas disse considerar válido questionar a viabilidade eleitoral do escolhido.

Já sobre o encontro com Lula no dia 7 de fevereiro, como veiculado pela Folha de S.Paulo, Kassab reafirmou que o seu partido terá candidato próprio e o encontro recente com o petista "não diz nada".

"Não tem 'aproach' [aproximação, em português] nenhum com o Lula, nós [o PSD] vamos ter candidato próprio. O fato de eu ter me encontrado com o Lula recentemente não diz nada. Desde 1986 que eu converso com o Lula", argumentou.

O que diz Pacheco

Rodrigo Pacheco afirmou na última semana que considera importante que seu partido tenha um candidato à presidência da República. A fala do parlamentar ocorreu um dia após uma reportagem da Folha de S.Paulo divulgar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou com o presidente nacional do PSD.

Na ocasião, Kassab declarou na Câmara não seria "impossível" uma aliança da sua sigla com o PT no primeiro turno, mas voltou a comentar que priorizará a candidatura própria de sua sigla. "Em respeito a esses companheiros [do PSD], eu não posso dizer que é impossível [a aliança com o PT no primeiro turno]. (...) Merecem todo o nosso respeito e é impossível termos uma definição sobre alianças sem a participação deles."

Já Pacheco, em entrevista à CNN Brasil, reforçou a ideia de uma candidatura própria do partido após um encontro com Kassab.

"Eu estive com o presidente Kassab e há uma reafirmação do Kassab e da direção do PSD para uma candidatura própria à presidência. Isso é legítimo, importante", afirmou.

Pacheco declarou que, como filiado da sigla, enxerga que uma candidatura própria pode ser trabalhada e se tornar "uma realidade" como uma terceira via de oposição a Lula e ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

"É uma avaliação que nós vamos ter que fazer nos próximos dias. Tendo uma candidatura própria, decidiremos quem será o nome. Em algum momento nós vamos ter que decidir. Acho que nos próximos dias o PSD decidirá sobre a sua candidatura própria e entrará em um processo pré-eleitoral interessante."