Topo

Deputado do PT aciona TSE contra Moro por suposta captação ilícita

O deputado Paulo Pimenta (PT) entrou com uma representação no TSE contra o presidenciável Sergio Moro (Podemos) por captação ilícita de recursos em duas palestras - Renato Andrade/Cidadeverde.com
O deputado Paulo Pimenta (PT) entrou com uma representação no TSE contra o presidenciável Sergio Moro (Podemos) por captação ilícita de recursos em duas palestras Imagem: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Do UOL, em São Paulo

21/02/2022 21h41Atualizada em 21/02/2022 21h41

O deputado Paulo Pimenta (PT) entrou com uma representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra o presidenciável Sergio Moro (Podemos) por captação ilícita de recursos em duas palestras, realizadas em fevereiro.

A ação se baseia em uma reportagem do site The Intercept Brasil, que diz que Moro recebeu R$ 110 mil da empresa Ativa Investimentos para falar em palestras a empresários no Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo o site, uma das pautas do encontro era o programa de governo de Moro.

Na representação, Paulo Pimenta argumenta que "cobrar para falar de sua eleição, em 'encontro sigiloso' com um grupo de empresários, depois de ter anunciado publicamente ser pré-candidato à Presidente da República, gera, por si só, desconfianças óbvias quanto à correção da conduta de Sergio Moro".

O deputado também diz que "o fato precisa ser investigado, sobretudo por poder configurar captação ilícita de recursos advindos de pessoa jurídica, não contabilização de recursos financeiros ("caixa dois") e doação ilegal".

Segundo a reportagem do Intercept Brasil, do valor arrecadado, R$ 77 mil foram destinados à empresa Moro Consultoria e Assessoria em Gestão Empresarial de Riscos Ltda. Outros R$ 33 mil seriam para a Delos Produções Cultural Ltda, braço direito do grupo DC Set Participações, controlado por Jorge Sirena, marqueteiro da campanha de Moro.

Para o deputado Paulo Pimenta, há a possibilidade de Moro "estar se utilizando de fictícios encontros e eventos para financiar, de forma antecipada, o seu marqueteiro de campanha".

O contrato dizia que o pagamento seria feito "em 2 (duas) parcelas iguais e sucessivas de R$ 38.500,00 (trinta e oito mil e quinhentos reais) cada, com vencimento no dia 10 de fevereiro de 2022 e 28 de fevereiro de 2022, respectivamente, mediante emissão de nota fiscal e depósito em conta bancária de titularidade desta, a ser oportunamente informada".

Hoje de manhã, em entrevista à Rádio Fala Litoral, o pré-candidato à Presidência Sergio Moro afirmou que uma de suas vantagens na corrida eleitoral é "não ter rabo preso".

"Quando vou conversar com lideranças, com o Judiciário, não tenho nada com o que eles podem me atingir. Tem gente que vai pra essas conversas e tem vulnerabilidades", acrescentou, citando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

O UOL procurou o ex-juiz Sergio Moro para comentar a representação no TSE, mas sua assessoria de imprensa informou que, no momento, não irá se manifestar.