TSE nega pedido de deputado do PT contra Moro por suposta captação ilícita
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) rejeitou a representação protocolada pelo deputado Paulo Pimenta (PT) contra o ex-juiz e presidenciável Sergio Moro (Podemos) por suposta captação ilícita de recursos em duas palestras, realizadas em fevereiro.
A decisão foi tomada pela ministra Maria Claudia Bucchianeri, que acatou os argumentos da defesa de Moro. Além disso, a ministra entendeu que o deputado não poderia apresentar uma ação do tipo. "A lei 9.504/97 não confere legitimidade a candidatos para a propositura da ação, ficando restrita a partidos e coligações", diz.
A ação movida por Pimenta se baseia em uma reportagem do site The Intercept Brasil, que diz que Moro recebeu R$ 110 mil da empresa Ativa Investimentos para falar em palestras a empresários no Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo o site, uma das pautas do encontro era o programa de governo do ex-juiz.
Segundo a reportagem do Intercept Brasil, do valor arrecadado, R$ 77 mil foram destinados à empresa Moro Consultoria e Assessoria em Gestão Empresarial de Riscos Ltda. Outros R$ 33 mil seriam para a Delos Produções Cultural Ltda, braço direito do grupo DC Set Participações, contro'lado por Dody Sirena, marqueteiro da campanha de Moro.
Assim, o deputado havia argumentado que há a possibilidade do ex-juiz "estar se utilizando de fictícios encontros e eventos para financiar, de forma antecipada, o seu marqueteiro de campanha".
A assessoria de Moro não quis comentar ontem sobre o pedido de Pimenta e o presidenciável continuou sua agenda normalmente. Hoje, ele participou do CEO Conference Brasil, organizado pelo BTG Pactual, no qual também palestrou o ministro da Economia, alvo de algumas falas de Moro.
"A agenda do Paulo Guedes pode ser uma, mas a do presidente é outra. Paulo Guedes é liberal, mas está em governo iliberal. Mesma situação de quando eu estava no governo. Minha agenda era anticorrupção, entendo que sofro resistência no Congresso, mas se o ministro não tem apoio, mas sabotagem, não consegue nem começar. Foi meu caso com agenda anticorrupção e do Paulo Guedes com reformas", disse o ex-juiz.
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