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Randolfe: Lula ganhar no 1º turno evita disputa 'sangrenta' com Bolsonaro

Colaboração para o UOL

23/02/2022 09h00Atualizada em 23/02/2022 15h14

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse, em entrevista ao UOL News hoje, que uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda no primeiro turno da disputa presidencial é necessária para evitar o que chamou de uma "disputa sangrenta" contra o atual mandatário Jair Bolsonaro (PL) em um eventual segundo turno.

"Eu creio que temos que resolver a eleição no primeiro turno. Segundo turno com Jair Bolsonaro será sangrento. Não é só a democracia que está em jogo, mas a vida dos brasileiros", afirmou o parlamentar, que vai integrar a equipe de coordenação da campanha de Lula.

Randolfe desistiu da pré-candidatura ao governo do Amapá para participar da campanha do petista. Porém, o senador afirma que ainda não há uma coordenação-geral definida.

"Creio que teremos uma espécie de conselho político com diferentes forças políticas que a candidatura venha a ter. Eu acredito que esse conselho tem que ser o mais amplo possível, assim como a candidatura de Lula."

O senador também diz que não discutiu nem pretende conversar sobre ocupação de cargos num eventual governo Lula.

Federação da Rede com PSOL

Durante a entrevista, o senador Randolfe Rodrigues também afirmou que a federação entre a Rede e o PSOL está 90% resolvida e deve ser formalizada entre 1º e 10 de março.

"A federação é uma necessidade, inclusive política, para a Rede voltar ao cenário político, porque não cumpriu a cláusula de barreira em 2018. É preciso construir uma bancada no campo progressista e ambientalista, e essa possibilidade só ocorre com a federação."

Porém, reportagem do UOL mostra que o apoio a Lula na disputa presidencial é um dos entraves para a federação entre os partidos. Enquanto o PSOL deve apoiar o petista, a Rede fala em "liberar a militância", sem determinar apoio específico.

Uma liderança da Rede disse, sob condição de anonimato, que, se a federação com o PSOL significar a necessidade de um apoio ao PT, haverá um problema intransponível. Ela completou dizendo não entender como viável a presença de Marina Silva e da ex-senadora Heloisa Helena, que foi expulsa do PT em 2003 por críticas ao governo Lula, no palanque do ex-presidente petista.

  • Veja as notícias do dia, entrevista com o senador Randolfe Rodrigues e análises de Josias de Souza e Jamil Chade no UOL News com Fabíola Cidral: