Alckmin acerta filiação ao PSB para ser vice de Lula; falta definir data
O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin acertou hoje a filiação ao PSB com o objetivo de ser o vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República nas eleições deste ano, afirmou o presidente do partido, Carlos Siqueira, ao UOL.
Segundo Siqueira, o acordo foi fechado em reunião de ambos pela manhã que contou também com a presença do ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), do prefeito de Recife, João Campos (PSB), e do presidente do diretório paulista do PSB, Jonas Donizette.
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"Tivemos uma conversa muito boa com ele [Alckmin]. Mais uma, né? Ele disse que o caminho natural dele é o PSB e praticamente ficou selado o ingresso dele, mas vai decidir uma data. Não bateu o martelo quanto à data", disse Siqueira.
"Quando ele disse que o caminho natural é aqui, é porque vai acontecer. Nunca tivemos muita dúvida da opção dele. Ele sabe que aqui é sempre muito bem-vindo. Todos nós já demos as boas-vindas a ele", acrescentou.
O presidente do PSB afirmou ainda que "Alckmin passa a ser o nosso candidato a vice", mas, "para oficializar, é preciso que o candidato à Presidência o faça", em referência a Lula.
Horas mais tarde, por volta da 18h30, Alckmin escreveu no Twitter que segue "conversando com outros partidos que buscam uma unidade de ação em defesa da democracia e de melhores condições de vida para o nosso povo" e que "até a próxima semana" definirá sua filiação partidária.
Ainda assim, disse que a reunião com a cúpula do PSB foi "muito produtiva e provou haver convergência política e vontade de união em benefício do país".
A expectativa dos pessebistas é que uma data para a filiação de Alckmin ao PSB seja acertada nos próximos dias. O evento deve acontecer até o final do mês em São Paulo e a vontade de integrantes do PSB é que Lula esteja no ato.
A filiação de Alckmin tem de acontecer até 2 de abril, pois esta é a data limite imposta pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para interessados em concorrer nas eleições de outubro estarem filiados a algum partido.
A ideia do PSB e do PT é formar uma frente ampla para tentar derrotar o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), no primeiro turno do pleito. Ambos os partidos conversam com o PCdoB e o PV sobre a possibilidade da formação de uma federação partidária entre eles. Desta forma, as quatro siglas passariam a atuar de forma mais próxima e a reforçar com maior unidade a oposição contra Bolsonaro.
Atualmente, Lula vem aparecendo à frente de Bolsonaro nas principais pesquisas de intenção de voto. No entanto, os políticos sabem que as pesquisas só retratam um panorama do período em que são realizadas e nada está garantido.
As tratativas entre Lula e Alckmin acontecem desde, pelo menos, novembro do ano passado. Em dezembro, Alckmin se desfiliou do PSDB, onde construiu a carreira política e do qual fazia parte há 33 anos, e passou a discutir nos bastidores qual o melhor partido para se filiar mirando a chapa com o petista. Alckmin segue agora para uma legenda mais situada à esquerda no espectro político.
Lula e Alckmin foram adversários políticos. Além de conviverem como presidente e governador, respectivamente, foram concorrentes na eleição presidencial de 2006. O pleito foi vencido por Lula no segundo turno justamente contra o então tucano.
Mas, hoje, o petista enxerga no ex-governador um político experiente, conciliador e que não vai arranjar problemas políticos para ele enquanto vice-presidente, se realmente formarem uma chapa e vencerem a disputa ao Planalto.
Há ainda resistência ao nome de Alckmin em um grupo do PT. No entanto, essa divergência não tende a atrapalhar os planos, afirmam políticos envolvidos com as negociações. O caso ainda deve ser discutido novamente em reunião do diretório nacional do partido.
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