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Moro diz que chance de desistir da pré-candidatura é zero

Sergio Moro discursa ao oficializar sua filiação ao Podemos em cerimônia em Brasília - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Sergio Moro discursa ao oficializar sua filiação ao Podemos em cerimônia em Brasília Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

10/03/2022 20h38

O presidenciável do Podemos, Sergio Moro, disse que a chance de desistir de sua pré-candidatura é "zero". Em entrevista à CNN Brasil, o ex-juiz disse não estar preocupado com a posição que ocupa em pesquisas eleitorais.

"Não existe essa possibilidade [de retirar pré-candidatura], seria desistir de mudar o Brasil. Não existe qualquer possibilidade, muita gente tem medo da minha pré-candidatura, de me enfrentar nos debates, mas tenho a dizer que vou até o fim. Com Lula e Bolsonaro, eu, pelo menos, vou até o fim", afirmou hoje à noite.

O ex-juiz afirmou querer conversar com os dois maiores rivais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), mas acredita que eles não comparecerão aos debates dos candidatos da corrida à Presidência.

Tenho muita coisa para dizer a eles, quero ver a presença deles. Se vão ter medo ou coragem, de olhar no olho, é dever de todo pré-candidato ou candidato, dependendo da época, se apresentar e dizer o que pretende e o que já fez no passado. Se não forem, eles têm medo da população brasileira. Eles devem prestação de contas
Sergio Moro

Moro também disse não estar "preocupado" com a posição que tem ocupado nas pesquisas eleitorais, nas quais, geralmente, ocupa o terceiro lugar, abaixo de Lula e Bolsonaro.

"A campanha nem começou", falou. "Estamos em março e as pessoas acham que a eleição de outubro já está resolvida. Estamos lá, pontuando nas pesquisas em terceiro lugar", disse.

Perguntado se ele poderia ser responsabilizado pela atual polarização política, o ex-juiz negou. "Não tenho essa culpa. Eu, como juiz na Operação Lava Jato, apliquei a lei e não fiz isso sozinho, foi um trabalho institucional", reforçou.

"Se alguém cometeu crime e foi punido, a culpa é da pessoa", disse, sem citar o nome de Lula. "O país está nessa polarização, mas tem saídas. O pior problema é se resignar que o Brasil fracassou, que estamos fadados a escolher um governo do passado que não deu certo e um que agora fracassou", afirmou sobre o governo petista e o atual.

O presidenciável repudiou novamente as atitudes de Arthur do Val, deputado filiado ao Podemos até esta semana. "O que aconteceu agora mudou tudo", falou a respeito da proximidade que tinha com o político, que teve áudios de cunho machista divulgados.