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Doria diz que intervenção na Petrobras seria 'populismo'

29.nov.2021 - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em entrevista coletiva - Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo
29.nov.2021 - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em entrevista coletiva Imagem: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

11/03/2022 19h40

Em meio ao aumento dos preços dos combustíveis, como gasolina e diesel, o governador de São Paulo e presidenciável do PSDB, João Doria, afirmou que a solução para reduzir os custos repassados ao consumidor não está em intervir na política de preços da Petrobras.

"Intervenção na política de preços da Petrobras é medida populista e equivocada que compromete o desempenho de uma empresa que tem o povo brasileiro como seu principal acionista", falou ao publicar uma carta aberta nas redes sociais sobre o assunto. A Petrobras é uma estatal, mas com capital aberto, ou seja, é uma empresa estatal com economia mista.

No texto, o governador disse ser essencial proteger da subida de preços os cidadãos mais pobres, propondo subsídios temporários e mudanças estruturais.

Como o também presidenciável Sergio Moro (Podemos), Doria atribuiu a responsabilidade da escalada de preços à gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) e a governos anteriores, porém sem citar o PT ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Este problema infelizmente não é novo. Mas faltou por parte deste governo - e como em tantos outros casos - competência para enfrentá-lo antes de que ele se tornasse maior. Agora, em ano eleitoral, vemos avançarem propostas improvisadas, medidas populistas e retrocessos. O custo delas virá depois, sempre sobre os mais pobres
João Doria

Maior reajuste em mais de um ano

O aumento de 18,7% da gasolina e de 24,9% do diesel S-10, anunciado ontem (11) pela Petrobras, é o maior reajuste promovido pela estatal desde janeiro de 2021, quando teve início a escalada dos preços dos combustíveis no país. É a segunda vez neste ano que a Petrobras sobe o valor da gasolina e do diesel vendidos em suas refinarias.

O primeiro reajuste foi em 12 de janeiro, com alta de 4,9% no preço da gasolina e de 8,1% no litro do diesel S-10. Com esse novo aumento, a gasolina vai ultrapassar os R$ 7 na média nacional e o diesel poderá chegar ao valor médio de R$ 6,46 nos postos de abastecimento.

Levantamento do Observatório Social da Petrobras (OSP), organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), aponta que desde janeiro do ano passado o maior aumento havia sido registrado em 19 de fevereiro de 2021. Na época, a gasolina ficou 10,2% mais cara e o diesel, 15,2%. Nesse período, incluindo a alta de hoje, a Petrobras já aumentou 13 vezes o preço da gasolina e 11 vezes o do diesel.

O anúncio do reajuste levou consumidores em várias cidades a formarem filas nos postos de combustíveis para abastecerem os carros antes ainda com preços sem aumento.

O que compõe o preço da gasolina

O preço da gasolina comum é composto por cinco itens, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis):

  • Preço do produtor (refinarias da Petrobras e importadores);
  • Preço do etanol - o combustível que chega aos postos tem 73% de gasolina A e 27% de etanol;
  • Tributos federais - PIS, Cofins e Cide;
  • Imposto estadual - ICMS;
  • Distribuição, transporte e revenda.