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Moro critica aumento de combustíveis: 'Governo deixou dólar descontrolado'

O ex-ministro e pré-candidato à Presidência da República Sergio Moro (Podemos) - Fredy Uehara/LIDE
O ex-ministro e pré-candidato à Presidência da República Sergio Moro (Podemos) Imagem: Fredy Uehara/LIDE

Do UOL, em São Paulo

11/03/2022 16h08

O ex-juiz e presidenciável do Podemos, Sergio Moro, criticou o aumento nos preços dos combustíveis, reajuste que começa a valer hoje. Para Moro, a escalada em mais de 18% na gasolina e de cerca de 24% no diesel se deve a uma má gestão do governo de Jair Bolsonaro (PL).

"Esse aumento de combustíveis é inaceitável. O governo deixou o dólar descontrolado no ano passado e agora, no momento de uma guerra, está paralisado. Tudo falta: refinarias, fertilizantes... Não tem ninguém pensando o país a longo prazo?", falou no Twitter.

Moro integrou o governo de Bolsonaro como ministro da Justiça e Segurança Pública, de janeiro de 2019 a abril de 2020, quando pediu demissão.

Em outro tweet, Moro atribuiu responsabilidade para o reajuste de preços à Petrobras e a corrupção no Brasil. "Se o Brasil não tivesse sido saqueado no governo do PT, haveria mais refinarias. E combustíveis mais baratos", afirmou.

Na corrida eleitoral deste ano para a Presidência, o ex-juiz disse que seus maiores rivais são o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro. Moro, geralmente, aparece em terceiro lugar nas pesquisas de simulação de votos, com o atual presidente em segundo e o petista em primeiro.

Ontem, em entrevista à CNN, o presidenciável do Podemos afirmou que não desistirá de sua pré-candidatura. "Não existe qualquer possibilidade, muita gente tem medo da minha pré-candidatura, de me enfrentar nos debates, mas tenho a dizer que vou até o fim. Com Lula e Bolsonaro, eu, pelo menos, vou até o fim", disse.

Maior reajuste em mais de um ano

O aumento de 18,7% da gasolina e de 24,9% do diesel S-10, anunciado ontem (11) pela Petrobras, é o maior reajuste promovido pela estatal desde janeiro de 2021, quando teve início a escalada dos preços dos combustíveis no país. É a segunda vez neste ano que a Petrobras sobe o valor da gasolina e do diesel vendidos em suas refinarias.

O primeiro reajuste foi em 12 de janeiro, com alta de 4,9% no preço da gasolina e de 8,1% no litro do diesel S-10. Com esse novo aumento, a gasolina vai ultrapassar os R$ 7 na média nacional e o diesel poderá chegar ao valor médio de R$ 6,46 nos postos de abastecimento.

Levantamento do Observatório Social da Petrobras (OSP), organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), aponta que desde janeiro do ano passado o maior aumento havia sido registrado em 19 de fevereiro de 2021. Na época, a gasolina ficou 10,2% mais cara e o diesel, 15,2%. Nesse período, incluindo a alta de hoje, a Petrobras já aumentou 13 vezes o preço da gasolina e 11 vezes o do diesel.

O anúncio do reajuste levou consumidores em várias cidades a formarem filas nos postos de combustíveis para abastecerem os carros antes ainda com preços sem aumento.

O que compõe o preço da gasolina

O preço da gasolina comum é composto por cinco itens, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis):

  • Preço do produtor (refinarias da Petrobras e importadores);
  • Preço do etanol - o combustível que chega aos postos tem 73% de gasolina A e 27% de etanol;
  • Tributos federais - PIS, Cofins e Cide;
  • Imposto estadual - ICMS;
  • Distribuição, transporte e revenda.