Com filiação de bolsonaristas, PL ameaça bancada do União Brasil na Câmara
Dezessete políticos se filiaram neste fim de semana ao PL, partido de Jair Bolsonaro. Entre os novos correligionários do presidente estão os deputados federais bolsonaristas Sóstenes Cavalcante, Carlos Jordy, e Luiz Philippe de Orléans e Bragança, apelidado de príncipe por ser tetraneto de D. Pedro II.
Com isso, o partido se torna a segunda maior bancada da Câmara e se aproxima do União Brasil, partido com mais deputados na Casa.
As mudanças foram possíveis graças à janela partidária, período no qual os parlamentares podem trocar de legenda sem serem punidos. Ela começou em 3 de março e vai até 1° de abril.
Antes da janela, o União Brasil, fruto da fusão entre o PSL e o DEM, tinha 76 cadeiras na Câmara dos Deputados, o PT, 53, e o PL, 44. Agora, o União tem 61, o PL, 55, e o PT, 53, segundo apurou o UOL.
O número de filiados ao Partido Liberal deve aumentar nesta semana. Segundo a assessoria de imprensa da legenda, a deputada federal Carla Zambelli (SP) e outros parlamentares bolsonaristas que estão atualmente no União Brasil vão se filiar à sigla do presidente em eventos na sede nacional do PL, em Brasília.
A equipe do partido não adiantou para a reportagem mais nomes dos novos filiados, mas o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, disse anteriormente que espera atrair entre 20 e 25 deputados.
A mudança da "ala bolsonarista" que integrava o União Brasil para o PL já era prevista. A maioria desses congressistas se elegeu em 2018 pelo PSL, então partido do presidente, e já havia anunciado que seguiria Bolsonaro no partido que ele escolhesse. No fim de semana, dos 17 políticos que entraram no PL, 15 eram do antigo PSL.
O PL, porém, perdeu até agora quatro deputados federais para outras legendas: o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, que se filiou ao PSD; Capitão Fábio Abreu, que também foi para o PSD; Vicentinho Júnior e Christiane Yared, ambos agora no PP.
Veja os nomes dos políticos que já se filiaram ao PL:
- Sóstenes Cavalcante (RJ);
- Coronel Chrisostomo (RO);
- Junio Amaral (MG);
- Márcio Labre (RJ);
- Bibo Nunes (RS);
- Carlos Jordy (RJ);
- Loster Trutis (MS);
- Sanderson (RS);
- Daniel Freitas (SC);
- Luiz Lima (RJ);
- Onyx Lorenzoni (RS);
- Marcelo Álvaro Antonio (MG);
- Delegado Eder Mauro (PA);
- Alberto Neto (AM);
- Luiz Philippe de Orléans e Bragança (SP);
- Nelson Barbudo (MT);
- Coronel Tadeu (SP).
Outras movimentações
Nome forte da esquerda no Paraná, o ex-governador Roberto Requião irá se juntar ao PT. O anúncio foi feito no domingo (13), quando o também ex-senador se lançou candidato ao governo do estado.
Nesta sexta-feira (18), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT promoverão um evento de filiação de Requião.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, deve trocar nos próximos dias o PSDB pelo PSD, de Gilberto Kassab. O gaúcho cogita disputar a presidência da República no lugar do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que desistiu de sua candidatura ao Palácio do Planalto.
Em novembro passado, Leite foi derrotado pelo governador de São Paulo, João Doria, nas prévias do PSDB para ser o pré-candidato tucano à Presidência.
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