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Alckmin complementa perfil de Lula, diz Haddad

O ex presidente Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin  - Ricardo Stuckert e Paulo Whitaker/Reuters
O ex presidente Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin Imagem: Ricardo Stuckert e Paulo Whitaker/Reuters

Leonardo Martins

Do UOL, em São Paulo

21/03/2022 20h28

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) disse hoje que o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) "tem perfil complementar" ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Alckmin e Lula costuram uma possível chapa para as eleições deste ano.

Para o ex-ministro da Educação, Alckmin tem condições de reaproximar à candidatura de Lula "setores" que se afastaram do petista nos últimos anos.

O ex-governador de São Paulo saiu do PSDB, rival histórico do PT, e deve se filiar nesta quarta-feira (23) ao PSB, partido que desenha uma federação partidária com o PT.

"Alckmin tem uma interlocução interessante com setores que podem se reaproximar do Lula. Ele [Alckmin] dobra os esforços de interlocução", disse Haddad em conversa com jornalistas antes de um evento do PCdoB, no centro de São Paulo. "O perfil do Alckmin é complementar ao do Lula", concluiu.

Haddad não descreveu quais setores seriam esses, mas ressaltou a experiência da carreira política de Alckmin, que já foi candidato à Presidência e governador de São Paulo por quatro gestões.

O ex-prefeito também comentou a desistência de Guilherme Boulos (PSOL) de disputar o governo paulista. A expectativa entre membros do PT é que Haddad seja o herdeiro dos votos que seriam de Boulos na disputa.

O coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) Guilherme Boulos anunciou que irá disputar uma cadeira como deputado federal na eleição de 2 de outubro.

"Nós temos uma oportunidade incrível em São Paulo por uma frente progressista que historicamente pode representar uma mudança em São Paulo", disse Haddad, que afirmou que irá procurar a federação entre Rede e PSOL por apoio ao PT na disputa pelo governo paulista.

Ele defendeu que sua candidatura teria um caminho "mais consolidado" que a de França.

"Eu acredito que nós estamos com o caminho mais consolidado, mais reforçado. O campo progressista pode estar todo reunido [na eleição de São Paulo]. E esse era o objetivo desde o começo", afirmou Haddad.

Em meio às negociações por uma federação partidária entre PT, PSB, PV e PCdoB, Haddad e Márcio França (PSB) disputam internamente por quem será o representante da federação no pleito paulista.

Publicamente, cada um defende sua liderança na chapa. França alega ter menos rejeição e melhor desempenho no interior paulista, enquanto Haddad aposta no desempenho no segundo turno.

Na última pesquisa eleitoral Qaest, Haddad apareceu com 24% das intenções de voto, seguido de França, com 18%. Boulos aparecia com 7% das intenções de voto, tecnicamente empatado com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas (sem partido), que aparecia com 9%.