O que já se sabe sobre os possíveis candidatos ao governo de SP
A poucos meses da votação, partidos se mobilizam para definir as candidaturas em busca do governo do maior colégio eleitoral do país. As negociações em São Paulo caminham, mas sofrem interferências de escândalos como o que envolveu o ex-pré-candidato do Podemos, Arthur do Val.
O vazamento dos áudios sexistas gravados pelo deputado estadual abriu um vácuo nas candidaturas de centro-direita, deixando o Podemos sem nome certo. Adversários do mesmo espectro político vislumbram herdar votos, enquanto, na centro-esquerda, PDT e PSD falam em candidaturas próprias, ainda sem expressão.
Há ainda o impasse da federação com PT e PSB, que deixa dois nomes em suspenso para encabeçar uma chapa no estado: Fernando Haddad e Márcio França, respectivamente.
Também crescem as expectativas sobre o escolhido de Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, que mostrou um desempenho melhor do que o esperado nas últimas pesquisas de intenção de voto. Ele se filiou ao Republicanos para disputar a eleição.
As convenções partidárias, que definem de fato os candidatos de cada legenda, acontecem a partir do dia 20 de julho. Já o prazo final para o registro de candidaturas é em 5 de agosto. Até lá, veja o que já se sabe sobre os possíveis concorrentes ao governo paulista. Também conheça suas principais promessas, apresentadas durante as sabatinas promovidas pelo UOL e pela Folha de S.Paulo.
Fernando Haddad (PT)
Ainda que não oficializado, o ex-prefeito de São Paulo é tido como um dos nomes mais certos para a disputa e o que desponta na liderança de pesquisas de intenção de voto feitas até agora.
Sua candidatura esbarra nas negociações de aliança entre PT e PSB no plano nacional. Isso porque os pessebistas querem lançar o próprio nome no estado: no caso, Márcio França. No final de fevereiro, França sugeriu a Lula que o mais bem posicionado dos dois em pesquisas seja o candidato. Em contrapartida, o PT reserva uma vaga no Senado para França, na expectativa de um recuo. Mas é possível que ambos participem da disputa.
Haddad prometeu rever contratos de pedágio e criar metas para policiais.
Márcio França (PSB)
Para insistir na candidatura de França, o PSB usa como argumento a reconhecida rejeição ao PT em São Paulo, particularmente no interior. França foi governador de São Paulo entre abril e dezembro de 2018, quando Geraldo Alckmin renunciou para concorrer à Presidência. Ele perdeu para João Doria (PSDB) por apenas três pontos percentuais.
França prometeu acabar com a "cracolândia" em dois anos e reduzir as câmeras em operações policiais.
Rodrigo Garcia (PSDB)
Outro nome já lançado oficialmente é o do atual governador, com a saída de João Doria (PSDB) para se voltar à corrida presidencial. A pré-candidatura foi confirmada ainda em novembro do ano passado, na mesma convenção tucana que lançou Doria como pré-candidato à Presidência. Apesar disso, em maio Doria desistiu de se lançar ao Planalto, pela falta de apoio em seu partido, que preferiu apostar num nome de consenso na chamada terceira via.
Ainda desconhecido do eleitorado, sua candidatura pode ganhar tração. O entorno de Garcia também espera que ele herde alguns dos votos que iriam para Arthur do Val. Antes de ser vice de Doria, Garcia exerceu três mandatos de deputado federal e um de deputado estadual pelo DEM.
Ele prometeu endurecer o policiamento nas ruas.
Vinicius Poit (Novo)
O deputado federal foi o nome escolhido pelo Novo em novembro do ano passado, durante um evento da legenda. O partido também imagina que a candidatura será beneficiada por uma migração dos eleitores de Arthur do Val. Poit, que é líder da bancada do Novo na Câmara, disse à Folha que espera alcançar de 4% a 5% das intenções de voto nas próximas pesquisas eleitorais.
Poit prometeu privatizar Sabesp e aumentar salário de policiais.
Tarcísio de Freitas (Republicanos)
Sem experiência em eleições e carioca, o ministro da Infraestrutura teve seu nome lançado por Jair Bolsonaro (PL). Ele se filiou ao Republicanos para concorrer à sua primeira disputa.
Adversários temem a transferência de votos de Bolsonaro para ele —pesquisas apontaram que o ministro tem potencial para chegar ao segundo turno, fazendo com que o estado reproduza a polarização nacional entre PL e PT. Ele defendeu as ações e propostas do governo Bolsonaro, do qual fez parte.
Abraham Weintraub (PMB)
Segundo a Folha, o ex-ministro da Educação e atual diretor no conselho do Banco Mundial pretende anunciar sua candidatura com discurso fortemente conservador, embora não vá contar com o apoio do presidente. Ele prevê manter um patamar mínimo de 3% a 4% nas pesquisas até o meio do ano, quando se inicia a campanha. Caso não decole até lá, pretende tentar um mandato como deputado federal.
Ele defendeu unificar as polícias Civil e Militar.
Felicio Ramuth (PSD)
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, decidiu lançar o ex-prefeito de São José dos Campos Felicio Ramuth, 53, ao governo de São Paulo. Ele estava no segundo mandato e militou por 29 anos pelo PSDB.
Ele defendeu a construção de casas por empresas e sem dar posse do imóvel.
Elvis Cezar (PDT)
Ex-prefeito de Santana do Parnaíba (SP), é advogado e foi filiado ao PSDB por 19 anos, migrando na janela partidária para o PDT, de Ciro Gomes. Ele prometeu auditoria em pedágios.
Altino de Melo Prazeres Junior (PSTU)
Já foi operário químico e presidente do Sindicato dos Metroviários de 2010 a 2016. Trabalha há 25 anos no Metrô de São Paulo e participou dos protestos em 2013 contra o aumento das tarifas nos transportes públicos. Defende o povo armado e mais ferrovias.
Guilherme Boulos (PSOL)
O líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) desistiu de concorrer ao governo do estado. Isso aconteceu após um bom desempenho na campanha à Prefeitura de São Paulo em 2020 e de ter a pré-candidatura oficializada pelo PSOL em setembro de 2021, no congresso estadual do partido.
Boulos disse que vai ser candidato a deputado federal pela sigla e foi escolhido como presidente da federação entre Rede e PSOL.
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