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França diz que saída de Boulos o favorece e joga para Lula decisão sobre SP

Márcio França defendeu nome único na esquerda para o governo de SP - Bruno Santos/Folhapress
Márcio França defendeu nome único na esquerda para o governo de SP Imagem: Bruno Santos/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

23/03/2022 08h52Atualizada em 23/03/2022 11h59

O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) afirmou hoje, em entrevista à GloboNews, que a saída do coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), Guilherme Boulos (PSOL), da disputa pelo governo de São Paulo nas eleições deste ano o favorece na corrida ao Palácio dos Bandeirantes.

Para França, o ideal seria que houvesse um nome único no campo da esquerda, mas deixou para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidir como vai se desenhar a formação de chapas para o governo paulista.

"A saída do Boulos é um ato de maturidade. Ele vai certamente amadurecer, vai ser muito bom para ele [disputar uma vaga no Congresso]. Ele é uma figura muito simpática que todo mundo gosta dele e a maturidade vem com o tempo, com os cabelos brancos. Acho [que a saída de Boulos] me favoreceu", disse França.

"Agora o Lula tem que avaliar o que amplia mais. A escolha do [ex-governador Geraldo] Alckmin para vice foi feita porque Lula é um homem pragmático. [...] Como somos dois partidos, temos o direito de poder ter candidaturas concomitantes [ao governo de São Paulo], mas o ideal seria uma candidatura unificada. É preciso buscar palanques que ampliem e facilitem a vitória desse chapa Lula-Alckmin", acrescentou.

Segundo pesquisa Genia/Quaest para o estado de São Paulo divulgada na semana passada, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) lidera a disputa regional com 24% das intenções de voto no principal cenário testado pelo levantamento. França, por sua vez, aparece em segundo lugar, com 18%.

O ministro Tarcísio Gomes de Freitas (sem partido), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), e Boulos ficaram estão tecnicamente empatados, com 9% e 7%, respectivamente. Na simulação de segundo turno entre Haddad e França, o petista venceria com 38% dos votos, contra 33% do pré-candidato do PSB.

Filiação de Alckmin foi uma 'vitória'

Ainda durante a entrevista, França também comentou a filiação de Alckmin ao PSB e disse que a entrada do ex-tucano no partido é uma "vitória importante". "O ingresso de Alckmin ao partido, para mim, é uma vitória importante, é um ingresso relevante. É um homem experiente e o homem que mais governou o estado de São Paulo, foram quatro vezes", afirmou. O ex-governador assina sua ficha de filiação hoje.

Ele evitou falar, no entanto, sobre confirmação de eventual convite de Lula para a chapa presidencial. "Ele (Alckmin) ser convidado para ser vice é uma outra etapa após essa filiação", disse.

Alckmin deixou o PSDB em dezembro do ano passado após 33 anos no partido. Ao anunciar sua saída, o ex-tucano falou em "novo tempo" e "tempo de mudança".