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Lula descarta Dilma e Dirceu em um possível governo: 'Não há necessidade'

O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva gesticula durante discurso durante reunião com senadores do partido governista Morena, no prédio do Senado do México, na Cidade do México, México, 3 de março de 2022.  - Edgard Garrido/Reuters
O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva gesticula durante discurso durante reunião com senadores do partido governista Morena, no prédio do Senado do México, na Cidade do México, México, 3 de março de 2022. Imagem: Edgard Garrido/Reuters

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/03/2022 09h50Atualizada em 24/03/2022 14h28

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou hoje que, em um possível terceiro mandato, não iria chamar petistas conhecidos na política para compor o novo governo. Entre os descartados para uma possível nova gestão estão a ex-mandatária Dilma Rousseff, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, e o ex-deputado federal José Genoino.

"Obviamente que eles [Dilma, Dirceu e Genoino] não vão repetir a passagem deles pelo governo. Não há necessidade e eu poderia te dizer sobre as personalidades que você citou: nenhum deles aceitaria. Eu vou te antecipar, nenhum deles aceitaria participar porque eles sabem da importância que eu tenho de fazer um governo ousado para o período de 2023 a 2026", disse Lula ao programa Super N 1°, da Rádio Super Notícias, de Minas Gerais.

Lula elogiou Dilma, mas reforçou que não faz sentido uma ex-presidente ajudar na composição de um novo governo. O petista ainda ressaltou que irá priorizar novos políticos, que surgiram depois que a sigla deixou o comando do país.

"Eu não penso sobre isso [dar cargo para Dilma]. Não tem sentido uma ex-presidente trabalhar e auxiliar em um outro governo. Eu tenho um profundo respeito pela Dilma, ela tem uma competência técnica extraordinária, mas eu acho que tem muita gente que surgiu depois que nos governamos esse país. Tem muita gente nova que vamos colocar e essas pessoas que têm experiência podem ajudar me dando um palpite, conversando. Às vezes, as pessoas podem me ajudar não fazendo nada."

Lula já havia se manifestado nesse sentido outras vezes, afirmando que a aliada "não gostava muito de conversar" e não tem a "paciência que a política exige".

Em janeiro, Dilma se tornou o centro de uma divergência dentro da liderança do PT. O vice-presidente nacional da sigla, Washington Quaquá, chegou a dizer que a ex-presidente não tem mais relevância eleitoral, e foi defendida pela presidente do partido, a deputada Gleisi Hoffmann (PR).

Alckmin diz ter sido cuidadoso

Após se filiar ao PSB ontem, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin disse ter sido "cuidadoso" em relação ao processo de afastamento de Dilma. Ele deve concorrer à vice-presidência na chapa com Lula.

"Eu não votei e eu sempre fui cuidadoso, dizia que o impeachment não podia ser banalizado e que o mandato popular precisava ser respeitado", disse ao colunista do UOL Tales Faria.

Em 2016, porém, o ex-tucano disse concordar "em número, gênero e grau" com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que na ocasião defendeu o impeachment. "Precisamos virar a página. É preciso retomar a esperança, o emprego, o desenvolvimento, o investimento", disse.

Ontem, Alckmin elogiou a ex-presidente. "A presidente Dilma é uma pessoa honrada, séria, eu sempre disse isso. Agora, foi um conjunto de fatores que acabaram levando a isso [impeachment]."