Moro diz que entrada de Alckmin em possível chapa com Lula 'não muda nada'
O ex-juiz e presidenciável pelo Podemos, Sergio Moro, disse que a filiação do ex-governador Geraldo Alckmin ao PSB ontem, em um movimento que pode indicar que ele seria vice-presidente em uma chapa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não mudará o cenário para as eleições deste ano e se apresenta como uma "contradição".
"A entrada do Alckmin na chapa do Lula não muda nada. É uma contradição, considerando tudo o que o ex-governador Alckmin falou em relação ao Lula no passado", disse hoje, em entrevista à Jovem Pan. "Se tem alguma coisa que é importante na política é a coerência", completou.
Moro afirmou que a falta de uma nota de arrependimento do PT "em relação aos escândalos de corrupção da Petrobras" indica que o partido não mudou e "não é Alckmin entrar na chapa que vai mudar isso".
Apesar disso, o ex-juiz reforçou que "eleição não se ganha em março" e afirmou que é o representante da terceira via com melhor desempenho nas pesquisas de intenções de voto. "Tenho conversado com [Simone] Tebet, [Luciano] Bivar, [João] Doria, mas há uma grande chance de haver unificação do centro", falou.
A pesquisa Exame/Ideia divulgada hoje aponta Lula à frente na corrida presidencial, com 40% das intenções de voto. O petista é seguido por Bolsonaro (PL), com 29%.
Em terceiro lugar estão Moro e Ciro Gomes (PDT), ambos com 9%. Doria e Tebet ficaram com 1% cada.
'Moleques messiânicos'
Hoje, o ex-presidente Lula afirmou que os ex-integrantes da Lava Jato em Curitiba são "moleques messiânicos" e investiu contra Moro.
"Eu tenho pena porque esses moleques que criaram a força-tarefa em Curitiba, não só me prejudicaram como prejudicaram a imagem do Ministério Público", disse em entrevista à rádio Super Notícia, de Belo Horizonte.
O ex-presidente também disse que Moro é uma "pessoa asquerosa" e o "maior mentiroso que já passou pela história do Brasil", ao ser questionado sobre os demais pré-candidatos à Presidência.
Mais processos pela frente
Durante a entrevista, Lula também citou o ex-procurador da República Deltan Dallagnol, que foi condenado nesta semana a pagar uma indenização por danos morais de R$ 75 mil ao petista.
"Entrei com um processo contra esse procurador porque é um messiânico, um mentiroso. Ele falava em honestidade e tentou criar um fundo para a turma dele com dinheiro da Petrobras", disparou, acrescentando que deve entrar com mais processos à frente.
"As pessoas que fizeram acordo em cada jornal para passar mentira para tentar destruir, essa gente precisa efetivamente ser punida pela instituição", concluiu.
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