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Eduardo Leite desiste de ir para o PSD e decide permanecer no PSDB

Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, decidiu ficar no PSDB - Tiago Coelho/UOL
Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, decidiu ficar no PSDB Imagem: Tiago Coelho/UOL

Do UOL, em São Paulo

28/03/2022 09h19Atualizada em 28/03/2022 12h49

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, decidiu ficar no PSDB. Ele avaliava um convite do PSD para disputar as eleições presidenciais de outubro, mas desistiu da troca. A informação foi confirmada com articuladores do PSDB.

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, também confirmou a informação ao colunista do UOL Tales Faria. Ele disse à coluna que agora vai discutir dentro do partido qual a alternativa a seguir. Kassab continua defendendo o lançamento de uma candidatura a presidente

Leite ainda pode concorrer ao Palácio do Planalto pelo PSDB, mas precisa receber a indicação do partido e renunciar ao governo do Rio Grande do Sul até 2 de abril. Entretanto, sua candidatura depende da desistência do governador de São Paulo, João Doria, que ganhou as prévias do partido no ano passado, ou que o PSDB troque o representante.

A mudança de candidatos do PSDB é considerado ilusório por aliados de Doria, segundo o jornal Folha de S.Paulo —o governador de São Paulo venceu uma disputa interna que teve gastos do fundo partidário, participação de milhares de filiados e registro do resultado na Justiça Eleitoral.

Aliados de Leite no partido, liderados pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), trabalham para que o nome do gaúcho seja chancelado por outros partidos da chamada terceira via, sob o argumento de que ele seria um candidato mais viável que Doria.

O PSDB vem conversando com o MDB e com o União Brasil para que possam formar uma federação, mas aliados do governador paulista articulam junto ao presidente Bruno Araújo para que a sigla permaneça fiel à decisão tomada nas prévias.

O MDB e o União Brasil controlarão um fundo partidário de mais de R$ 1 bilhão, o que chamou a atenção dos tucanos de Minas Gerais. Os dois partidos da possível federação, porém, estão inclinados a lançar a candidatura da senadora Simone Tebet à presidência.

Nos bastidores, a parlamentar tem contato inclusive com o apoio do colega, o senador Tasso Jereissati, cacique político do PSDB. O parlamentar já chegou até a intermediar encontros individuais da senadora com jornalistas em São Paulo.

Na última pesquisa do Datafolha, divulgada na semana passada, Leite apareceu com 1% as intenções de voto no cenário em que ele substitui Doria como candidato. Na simulação com Doria, o governador de São Paulo marca 2% das intenções de voto.

A Folha de S.Paulo apurou que a filiação de Leite ao PSD era dada como certa, mas ele decidiu permanecer no PSDB após pressão. Cardeais do PSDB enviaram a Leite uma carta no último dia 18 para convencê-lo a permanecer.

O governador gaúcho também foi convencido de que sua candidatura pelo PSD ficaria isolada, sem uma aliança com siglas fortes. Leite também havia sido informado de que perderia o apoio de alguns políticos regionais, que fecharam aliança com o PSDB.

Doria diz que PSDB trocar pré-candidato seria 'golpe'

O pré-candidato à Presidência pelo PSDB e governador de São Paulo, João Doria, afirmou que trocar o representante do partido na corrida eleitoral deste ano seria um golpe e ato contra a democracia.

"As prévias [eleitorais da sigla] valem. Qualquer outro sentimento diferente disso é golpe. Uma tentativa torpe, vil, de corroer a democracia e fragilizar o PSDB", disse o governador hoje em coletiva de imprensa.

Doria pediu que a decisão do partido seja respeitada. "As prévias foram realizadas durante três meses em todo o Brasil, 44 mil eleitores do PSDB votaram. Houve a homologação, um ato celebrado em Brasília com os três candidatos que disputaram, o senador Arthur Virgílio, o governador Eduardo Leite e eu, com a presença do presidente nacional do PSDB".