Luciana Genro: 'Leite usou RS como laboratório de políticas neoliberais'

Depois de Eduardo Leite confirmar sua renúncia ao governo do Rio Grande do Sul, a deputada estadual Luciana Genro (PSOL-RS) acusou o tucano de usar o estado como uma espécie de "laboratório para políticas neoliberais".

Segundo Genro, Leite também fez de sua gestão à frente do Rio Grande do Sul como um palanque para "sua ambição nacional", mas reitera que, independentemente da esfera, ela e o PSOL estarão a postos para "denunciar" e "combater" o "projeto antipopular do PSDB".

"Com a renúncia ao governo, Eduardo Leite confirma que usou o Rio Grande do Sul como laboratório para suas políticas neoliberais e vitrine para sua ambição nacional. Com leite ou [João] Doria, o projeto antipopular do PSDB é o mesmo e será por nós denunciado e combatido!", escreveu a parlamentar no Twitter.

Eduardo Leite renuncia ao governo e confirma permanência no PSDB

Em anúncio transmitido no Palácio Piratini na tarde de hoje, Eduardo Leite oficializou sua saída do governo do Rio Grande do Sul. Em seu lugar, assumirá o cargo o então vice-governador, Ranolfo Vieira Júnior (PSDB).

Ao mesmo tempo, Leite também confirmou que permanecerá filiado ao PSDB, após indicar uma possível mudança de partido, dada sua insatisfação por não ter sido escolhido como candidato tucano na corrida pela presidência da República nas eleições deste ano.

"Eu atendo o que a legislação eleitoral exige: renunciar ao mandato de governador para estar na política atuando nessa eleição, que é decisiva, buscando dar toda a a colaboração que eu puder para ajudar o país nesse momento crítico", declarou.

Em seu discurso, Leite não disse que tentará concorrer ao Planalto, mas se referiu a uma "construção nacional" em diversos momentos.

"A renúncia me abre muitas possibilidades e não me retira nenhuma", afirmou Leite. "Renunciar ao mandato me abre diversas possibilidades, todas elas, então é neste momento que eu me abro para me apresentar e esteja onde mais possa dar minha contribuição."

O PSDB tem perdido cada vez mais protagonismo nacional desde as eleições de 2018, quando o então candidato do partido, Geraldo Alckmin, sequer conseguiu ficar entre os três mais votados.

Atual pré-candidato tucano ao pleito, o governador João Doria, que também deixará o governo de São Paulo para se dedicar a sua campanha, aparece com pouca intenção de votos nas pesquisas eleitorais divulgadas até o momento.

Hoje, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou, em tom conciliatório, que o resultado das prévias do PSDB, realizada em novembro do ano passado, deve ser respeitado.