Luis Miranda dará festa em tríplex atribuído a Lula para lançar candidatura
O deputado federal Luis Miranda (Republicanos-DF) usará o tríplex do Guarujá (SP) atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a Operação Lava Jato para anunciar a sua pré-candidatura à reeleição. O evento está marcado para 1º de abril, confirmou o parlamentar ao UOL.
Nas eleições deste ano, Miranda diz que disputará o cargo por São Paulo. Já o local do lançamento da pré-candidatura foi selecionado exatamente por sua fama polêmica, contou Miranda.
"Vi a oportunidade de fazer uma festa em um apartamento emblemático, que faz parte da história de nossa política. De certa forma, sem mencionar nome de ninguém, minha intenção não é constranger ninguém, pelo contrário, é ter um símbolo do início da minha pré-campanha pelo estado de São Paulo", justificou.
O deputado ganhou notoriedade após ser o responsável por envolver o presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma das frentes de investigação da CPI da Covid, em 2021. Ele disse ter relatado que avisou o presidente sobre irregularidades na compra das vacinas Covaxin.
Locação do tríplex
Em conversa com o UOL, Luis Miranda informou que identificou a oportunidade de alugar o tríplex da Lava-Jato após ver o apartamento em um site de prêmios.
"Eu vi isso, verifiquei que é um sorteio pela Loteria Federal, pelo que entendi, e o sorteio só vai acontecer em maio. Entrei em contato com o proprietário, busquei saber quem foi que arrematou no leilão judicial, e requisitei a locação do imóvel por um final de semana, já que eles só vão liberar esse imóvel para quem ganhar em maio", narrou Miranda.
De acordo com o deputado, "não foi nenhum valor exorbitante, mas normal" o aluguel do tríplex no litoral paulista.
Lula e tríplex
No caso conhecido como "tríplex do Guarujá", o ex-presidente Lula foi acusado de lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva em razão do apartamento, que fica no edifício Solaris. Por conta disso, ele chegou a ficar preso por 580 dias na sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba. Lula foi solto em 8 de novembro de 2019, um dia após o STF decidir, por 6 votos a 5, proibir a prisão após condenação em segunda instância.
Além de Lula, também eram réus no processo a ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, morta em 2017; o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto; e os ex-presidentes da OAS José Adelmario Pinheiro Filho, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Fabio Horia Yonamine e Roberto Moreira Ferreira.
Em janeiro de 2022, a Justiça do Distrito Federal arquivou o caso do tríplex do Guarujá. A decisão foi da juíza Pollyanna Alves, da 12ª Vara Federal Criminal de Brasília.
"O Supremo Tribunal Federal declarou a incompetência territorial do Juízo da Seção Judiciária do Paraná para o processo e julgamento das ações penais, oportunidade em que foi decretada a nulidade de todos os atos decisórios", disse a juíza.
Um mês antes, em dezembro, o MPF (Ministério Público Federal) citou prescrição e pediu o arquivamento do caso, também citando a decisão do STF que anulou as condenações do petista e transferiu o caso para Justiça Federal de Brasília.
A decisão citada tanto pela Justiça Federal do DF quanto pelo MPF foi tomada pela Suprema Corte em abril de 2021. Na ocasião, o STF seguiu o entendimento do ministro Edson Fachin de anular as condenações de Lula determinadas pela Operação Lava Jato.
Fachin argumentou que havia incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba, comandada pelo então juiz Sergio Moro, para o julgamento do caso.
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