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Ciro ironiza possíveis desistências de Moro e Doria e diz que 'não cederá'

Os presidenciáveis Ciro Gomes, Sergio Moro e João Doria - Evaristo Sá/AFP;  Marcos Oliveira/Agência Senado e Flavio Corvello/Futura Press/Estadão Conteúdo
Os presidenciáveis Ciro Gomes, Sergio Moro e João Doria Imagem: Evaristo Sá/AFP; Marcos Oliveira/Agência Senado e Flavio Corvello/Futura Press/Estadão Conteúdo

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

31/03/2022 12h15

Na esteira da possível desistência do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro (Podemos) da corrida pela Presidência da República, o pré-candidato pelo PDT, Ciro Gomes, sinalizou hoje que irá manter sua candidatura em nome da chamada "terceira via".

O bloco faz antagonismo à suposta polarização criada pelas candidaturas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Muitos vão ceder, mas não serei eu", disse o pedetista em seu perfil no Twitter.

A manifestação de Ciro ocorre horas depois de a equipe de Moro anunciar que o ex-juiz da Lava Jato deve se reunir hoje com a coordenação de sua campanha para definir se migrará do Podemos para o União Brasil, partido liderado por Luciano Bivar, com quem Moro tem se reunido.

A ida de Moro ao União Brasil está condicionada à desistência da disputa pela Presidência da República: "O partido não vai aceitar ele se for para ser majoritário", disse um interlocutor próximo a Moro ao UOL.

Ainda não há definição sobre o cargo ao qual o ex-ministro deve concorrer pela possível nova legenda. No entorno de Moro, a avaliação é de que o ex-magistrado precisará ter um mandato no próximo ano, seja ele qual for.

Em janeiro, o ex-juiz havia negado quaisquer planos de abandonar a tentativa de se eleger ao Palácio do Planalto: "Sou pré-candidato à Presidência, não ao Senado", disse à época.

Doria deve decidir até o fim do dia

Nos bastidores do governo de São Paulo, o vice-governador Rodrigo Garcia afirma que a desistência da corrida de Doria pelo Palácio do Planalto é certa. Por outro lado, o presidente da sigla afirmou em carta aos diretórios que o governador tucano deve concorrer pelo partido à Presidência da República (leia mais abaixo).

Segundo a equipe de Doria, a permanência do governador no cargo, e eventual desistência da candidatura à Presidência da República, podem não estar sacramentadas. Um comunicado oficial deve ser emitido no fim do dia.

Doria deveria anunciar hoje se desistiria do governo de São Paulo para concorrer ao Planalto. O comunicado seria feito em um dos quatro eventos de que ele participaria.

No entanto, no início da manhã, o mandatário paulista anunciou que só participaria do 4º Seminário Municipalista no Palácio dos Bandeirantes, às 16h. "Ele fará um pronunciamento que poderá ser acompanhado presencialmente pela imprensa", diz a equipe do governador em nota

Bruno Araújo diz que Doria deverá concorrer ao Palácio do Planalto - Reprodução/PSDB - Reprodução/PSDB
Bruno Araújo diz que Doria deverá concorrer ao Palácio do Planalto
Imagem: Reprodução/PSDB

Doria, Ciro e Moro seguem em baixa

Pesquisa PoderData divulgada ontem pelo site Poder360 aponta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na liderança da disputa pela Presidência, com 41% das intenções de voto. O presidente Jair Bolsonaro, que busca a reeleição, aparece em segundo, com 32%, uma diferença de nove pontos percentuais. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

Na sequência, vêm os ex-ministros Ciro Gomes, com 7%, e Sergio Moro, com 6%. O governador de São Paulo, João Doria, tem 3%; o deputado André Janones (Avante), 2%; o governador do Rio Grande do Sul (PSDB), Eduardo Leite, e a senadora Simone Tebet (MDB) têm 1% cada.

Ciro, Moro e Doria estão tecnicamente empatados, dentro da margem de erro. Janones empata tecnicamente com Moro e Doria, mas não alcança o pedetista. Doria, Janones, Leite e Tebet também empatam, considerando a margem de erro.