Quem são os governadores em disputa pela reeleição?
O presidente Jair Bolsonaro (PL) não é o único governante concorrendo à reeleição em 2022. Além dele, ao menos outros 17 políticos buscam a manutenção no cargo que ocupam atualmente nos governos estaduais.
Há ainda alguns nomes um tanto quanto indefinidos, como o do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), que ainda não anunciou o que fará, e o do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que deixou o governo para manter suas opções de candidatura abertas —ao fazer isso, ele pode concorrer a outro cargo, como Presidência ou Senado, mas também fica com a chance de disputar a reeleição se essa se mostrar a opção mais viável dentro de seu partido.
Eles têm até o dia 5 de agosto para tomar uma decisão, data-limite para o registro de candidaturas. Até lá, veja o que se sabe sobre os candidatos já confirmados à reeleição:
Acre - Gladson Cameli (PP)
Cameli ainda não definiu seu vice, mas em aparições públicas anteriores chegou a falar de Rômulo Grandidier (PSDB), secretário da Casa Civil. Há 16 anos no Progressistas, já assumiu o posto de senador e deputado federal por dois mandatos consecutivos. Quando foi eleito governador, em 2018, quebrou uma hegemonia petista de 20 anos no Acre.
Amazonas - Wilson Lima (União Brasil)
No começo do mês, o governador do Amazonas deixou o PSC, partido pelo qual se elegeu, para se filiar ao União Brasil, levando com ele 48 prefeitos, além de parlamentares. Nas pesquisas eleitorais, porém, ele aparece atrás do ex-governador Amazonino Mendes (Cidadania), a quem derrotou no último pleito. O Amazonas enfrentou o pior cenário da pandemia entre os estados brasileiros, o que elevou a rejeição a Lima.
Distrito Federal - Ibaneis Rocha (MDB)
Ibaneis deve manter a chapa com o vice Paco Britto (Avante) para lançar sua candidatura à reeleição. Em 2018, ele se candidatou pela primeira vez a um cargo eletivo e manteve uma boa avaliação ao longo do mandato. Embora próximo do presidente Bolsonaro, o governador adotou uma posição distinta durante a pandemia, reforçando medidas de prevenção à covid-19.
Espírito Santo - Renato Casagrande (PSB)
Casagrande já afirmou que só definirá sobre sua candidatura nos próximos meses, mas sua participação na corrida é dada como certa. O governador do Espírito Santo também mantém opções abertas sobre o apoio à Presidência: aliado do PT, Casagrande afirmou em mais de uma ocasião que não se deve abraçar irrestritamente a candidatura de Lula e já chegou a se encontrar com os adversários Sergio Moro (Podemos), João Doria (PSDB) e Ciro Gomes (PDT).
Goiás - Ronaldo Caiado (União Brasil)
O governador de Goiás já reúne apoio de ao menos sete legendas para se reeleger: Podemos, MDB, Avante, Cidadania, PSC, PP, PV e PSDB. Pode, porém, contrariar sua legenda e apoiar Bolsonaro na disputa nacional. O governador acumula boa bagagem política: antes de assumir o cargo Executivo, foi senador e deputado federal (por quatro mandatos consecutivos).
Mato Grosso - Mauro Mendes (União Brasil)
Bolsonarista, Mendes também não confirmou sua candidatura, mas é considerado favorito na disputa. Antes de chegar ao governo do estado, foi prefeito de Cuiabá entre 2013 e 2016, quando era filiado ao PSB. Migrou para o DEM, atual União Brasil, antes de se candidatar em 2018.
Minas Gerais - Romeu Zema (Novo)
Em Minas, o atual governador (e único do Novo) vai tentar se reeleger sem utilizar o fundo eleitoral —decisão de seu partido, que tem como uma de suas principais metas essa reeleição. Embora tenha boa aprovação da população mineira, Zema deve enfrentar um concorrente relevante: o prefeito licenciado de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que pode crescer nas pesquisas com o apoio de Lula. O único governador de Minas a se reeleger até hoje foi Aécio Neves (PSDB), em 2006.
Pará - Helder Barbalho (MDB)
Herdeiro político, Helder foi ministro da Pesca e Aquicultura e ministro-chefe da Secretaria Nacional dos Portos no governo Dilma Rousseff (PT), além de ministro da Integração Nacional no governo Michel Temer (MDB). Antes, foi prefeito de Ananindeua, além de deputado estadual e vereador. Favorito na corrida, é possível que sua campanha apoie Lula no plano nacional, ainda que o MDB lance candidatura própria à Presidência.
Paraíba - João Azevêdo (PSB)
Após mais de dois anos, Azevêdo retornou ao PSB, partido pelo qual foi eleito, em fevereiro. O troca-troca aconteceu depois que sua então casa, o Cidadania, apoiou a federação com o PSDB, partido de oposição no estado. Antes de se eleger, em 2018, o atual governador foi secretário de Infraestrutura, Recursos Hídricos, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia da Paraíba.
Paraná - Ratinho Júnior (PSD)
O atual líder do Executivo estadual deve enfrentar a oposição do ex-governador Roberto Requião (PT), do ex-deputado Cesar Silvestri (PSDB) e do deputado federal Filipe Barros (União Brasil). Deputados de sua legenda têm deixado a sigla, inclusive, considerando uma possível filiação com o PT, o que impediria a reeleição de Ratinho. O governador não manifestou, no entanto, seu apoio no plano nacional. Filho do apresentador Ratinho, ele foi lançado na política com 21 anos, ocupando cargos de deputado federal e estadual.
Rio de Janeiro - Cláudio Castro (PL)
Ligado ao bolsonarismo, o atual governador do Rio assumiu o posto após o impeachment de Wilson Witzel, em 2020. Antes de sair como vice na chapa de Witzel, em 2018, Castro era vereador. Pesquisa Genial/Quaest divulgada em março apontou um empate técnico entre Castro e o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) na disputa deste ano.
Rio Grande do Norte - Fátima Bezerra (PT)
Foi a única mulher eleita em 2018 para comandar um estado. Antes de assumir o governo potiguar, foi deputada estadual, federal e senadora, sem nunca ter perdido uma disputa.
Rondônia - Marcos Rocha (União Brasil)
O atual governador de Rondônia e aliado do governo Bolsonaro anunciou sua pré-candidatura nesta semana, após trocar o PSL pelo União Brasil. Rocha era chefe do centro de inteligência da Polícia Militar quando decidiu se lançar na política, na esteira dos desejos de renovação na política e do crescimento do bolsonarismo.
Roraima - Antonio Denarium (PP)
Empresário do agronegócio, Denarium se elegeu em 2018 em seu primeiro cargo público, seguindo a onda bolsonarista. À época, ele era filiado ao PSL. Seu governo começou antes mesmo do esperado, quando foi nomeado interventor federal pelo então presidente Michel Temer (MDB), em dezembro de 2018, em meio à crise de refugiados venezuelanos.
Santa Catarina - Carlos Moisés (Republicanos)
Moisés lançou sua pré-candidatura no começo deste mês. Em julho de 2021, ele deixou a legenda pela qual foi eleito, o PSL, em julho de 2021, ficando sem partido até se filiar recentemente ao Republicanos. Durante seu mandato, enfrentou dois processos de impeachment, sendo absolvido em ambos os casos.
São Paulo - Rodrigo Garcia (PSDB)
Outro nome já lançado oficialmente é o do atual governador, com a saída de João Doria (PSDB) para se voltar à corrida presidencial. A pré-candidatura foi confirmada ainda em novembro do ano passado, na mesma convenção tucana que lançou Doria como pré-candidato à Presidência. Apesar disso, em maio Doria desistiu de se lançar ao Planalto, pela falta de apoio em seu partido, que preferiu apostar num nome de consenso na chamada terceira via.
Ainda desconhecido do eleitorado, sua candidatura pode ganhar tração. Antes de ser vice de Doria, Garcia exerceu três mandatos de deputado federal e um de deputado estadual pelo DEM.
Tocantins - Wanderlei Barbosa Castro (Republicanos)
Castro assumiu o governo após renúncia de Mauro Carlesse, em março deste ano, em meio a um processo de impeachment após acusações de participação em um esquema de recebimento de propinas. O atual governador já foi vereador, presidente da Câmara Municipal de Palmas, subprefeito de Taquaruçu e deputado estadual por dois mandatos. Na primeira pesquisa Real Time Big Data feita no estado, ele apareceu empatado com Ronaldo Dimas (Podemos).
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