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Lula diz que bloqueio à Rússia é arma tão poderosa quanto bomba atômica

Durante o debate com representantes alemães, Lula também criticou a ONU (Organização das Nações Unidas) - Reprodução/Youtube
Durante o debate com representantes alemães, Lula também criticou a ONU (Organização das Nações Unidas) Imagem: Reprodução/Youtube

Colaboração para o UOL

05/04/2022 17h10Atualizada em 05/04/2022 17h10

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou, hoje, os bloqueios impostos à Rússia por causa da guerra contra a Ucrânia a uma bomba atômica. O petista disse que vários países estão sendo prejudicados.

"O bloqueio é uma arma de guerra tão poderosa quanto a bomba atômica porque ele não está prejudicando o russo, não está prejudicando os Estados Unidos. No nosso caso aqui do Brasil, da América Latina, está bloqueando quase todos os países, não só por conta do preço do petróleo, mas por conta dos fertilizantes e da proibição de vendê-los".

Ao lado do ex-presidente do Parlamento Europeu Martin Schulz, Lula participou do debate "Brasil-Alemanha - União Europeia: desafios progressistas - parcerias estratégicas", realizado pela FPA (Fundação Perseu Abramo) e pela FES (Fundação Friedrich Ebert).

"Por que a Bolívia tem que sofrer esse bloqueio? Por que o Brasil? Então é importante que a gente discuta isso daqui para a frente", acrescentou o ex-presidente.

Hoje, a Comissão Europeia propôs uma nova leva de sanções ao regime de Vladimir Putin, que devem incluir a proibição das importações de carvão, madeira e outros produtos russos, além do veto de exportações da União Europeia de produtos como semicondutores e computadores.

Lula critica ONU durante debate

Durante o debate com representantes alemães, Lula também criticou a ONU (Organização das Nações Unidas). O petista defendeu que os representantes dos países na entidade tenham maior autonomia e que decisões entrem em vigor independentemente da aprovação interna dos países.

"É preciso, para o bem da humanidade, defender outra estrutura de governança mundial. A ONU de 1948 já não serve mais. A ONU não representa os anseios da humanidade", afirmou.

"Não tem sentido aprovar uma coisa no encontro da ONU e depois levar para dentro, nas nossas divergências internas para decidir. Não decide nunca", completou o ex-presidente.