PT estuda medidas contra deputado que mostrou arma após fala de Lula
A presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), disse hoje ao UOL News que o partido estuda medidas contra o deputado Junio Amaral (PL-MG), que publicou um vídeo em que exibe uma arma e diz estar pronto para receber o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Achei muito inadequado o nível de violência que teve essa resposta, estamos avaliando quais medidas vamos tomar em relação a isso. Mostrar arma e incitar violência é coisa que não pode ficar sem resposta", afirmou. "O deputado tem que responder porque anda com essa arma no carro e incitando a violência".
Na gravação, Amaral reage ao trecho de um discurso em que o petista, durante evento na CUT (Central Única dos Trabalhadores) na última segunda-feira (4), incentivou seus apoiadores a irem até a casa de deputados para conversar sobre as demandas deles.
Na CUT, Lula afirmou que atos em frente ao Congresso Nacional "não movem uma pestana de um deputado" e sugeriu outras formas de pressionar os parlamentares. "Quando a gente está dentro do Plenário, a gente não sabe se está chovendo lá fora... Então, se a gente mapeasse o endereço de cada deputado e fossem 50 pessoas para a casa desse deputado? Não é para xingar, não. É para conversar com ele, conversar com a mulher dele, conversar com o filho dele, incomodar a tranquilidade dele. Acho que surte mais efeito do que manifestação em Brasília", disse Lula.
Em resposta, Amaral afirmou morar em Contagem (MG) e forneceu supostas direções até a sua casa. Na sequência, enquanto finalizava declaração, sacou uma arma e inseriu um cartucho de munição. "Eu vou esperar vocês lá, tanto a sua turma, como você. Vá lá conversar com a minha esposa, a minha filha. Vocês serão muito bem-vindos. Até lá", completou o deputado.
Para Gleisi, a resposta dos bolsonaristas foi "desmesurada". "A intenção do presidente, e eu estava lá quando ele falou, era falar o seguinte: o movimento sindical tem que falar com os parlamentares para tentar mudar o estado de coisas, explicar o que significa", disse. "No sentido de como o movimento sindical, as lideranças, podem conversar com os parlamentares que representam o povo".
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