Campanha de Bolsonaro será cara e PL deve buscar doações, diz Costa Neto
O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, por causa dos altos custos com a campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, o partido deverá buscar doações de apoiadores para viabilizar a promoção de outras candidaturas.
Segundo a Lei eleitoral, só pessoas físicas podem contribuir. O regramento eleitoral também determina que as contribuições só poderão ser feitas diretamente aos postulantes a mandato político após a apresentação de requerimento de registro de candidatura junto ao TSE.
"Temos que dar preferência para Bolsonaro. Agora, temos que partir para cima de doações, senão não conseguimos sobreviver", afirmou o dirigente em entrevista ontem na sede no partido, em Brasília. "Na eleição passada demos um teto para os deputados de mandato, com chance de ganhar. Agora, nós temos que arrecadar. Se não arrecadar, vai ser difícil para nós."
Segundo Costa Neto, só para ressarcir os cofres públicos pelo uso de combustível no avião presidencial, a sigla deverá gastar R$ 17 mil por hora. "E ele vai ter que usar o avião todo dia", afirmou o presidente da sigla.
O PL deverá lançar 12 candidatos aos governos estaduais e 17 ao Senado. Na avaliação do Costa Neto, os recursos do fundo eleitoral não serão suficientes para sustentar os pleitos. "Partidos com 8 deputados têm quase o mesmo dinheiro que nós, que ficamos com 80 deputados".
A verba do fundo eleitoral para o PL é de 6% do fundão, de cerca de R$ 283,2 milhões. O valor é distribuído aos partidos conforme critérios do TSE, que considera distribuição total da verba entre todos os partidos, votos válidos recebidos nas últimas eleições para deputados federais, número de deputados e senadores eleitos para a legislatura iniciada em 2019.
Para sanar o problema, Costa Neto defende que os recursos do fundão sejam distribuídos conforme o tamanho das bancadas depois da janela partidária, que terminou na semana passada.
"Existe proposta de dividir o fundo eleitoral só depois da janela partidária. Não tenho dúvidas de que os partidos aceitariam a proposta. O duro é que é só de pessoa física e vamos ter que lutar por isso. Temos 29 candidatos ao Senado e aos governos... Como o pessoal vai trabalhar sem um tostão?", questiona. "Vai ser um caos, não consegue dividir o dinheiro de jeito nenhum."
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