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Advogada de Jairinho diz que vai ser pré-candidata a deputada federal

Advogada Flávia Fróes é conhecida por defender clientes ligados ao crime - Reprodução/Facebook
Advogada Flávia Fróes é conhecida por defender clientes ligados ao crime Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

08/04/2022 10h40

Advogada do ex-vereador Jairo Souza Santos Junior, o Jairinho, no caso em que ele é acusado de torturar e matar o menino Henry Borel, de 4 anos, Flávia Fróes diz que vai ser pré-candidata a deputada federal nas eleições deste ano. Em entrevista à revista Veja, ela afirmou que se filiou ao União Brasil, partido fruto da fusão entre DEM e PSL, por ter sido a legenda que deu "mais espaço".

"Fui convidada por cinco partidos e escolhi o que me dará mais espaço. Vou aparecer em todas as inserções na TV que for possível", disse a advogado à revista.

Conhecida como "advogada do tráfico", Flávia ganhou mais notoriedade após assumir a defesa do parlamentar do Rio de Janeiro, mas já teve clientes como Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-­Mar e líderes do Comando Vermelho (CV), além de Abel Pacheco de Andrade, integrante da alta cúpula do PPC (Primeiro Comando da Capital) conhecido como "Vida Loka".

Flávia é natural do Espírito Santo e hoje mora em Nova Friburgo, na região serrana do Rio de Janeiro. Por conta de seus clientes, vai com frequência a presídios de segurança, mas diz que não sofre ameaças por conta de seu trabalho. "Ninguém mexe comigo porque tenho respeito junto às lideranças de todos os grupos criminosos do Brasil", afirma.

Justiça solta mãe de Henry com uso de tornozeleira

A Justiça do Rio de Janeiro ordenou na última terça-feira (5) que Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, fosse solta com uso de tornozeleira eletrônica. Monique é ré, junto com Jairinho, no processo que apura a morte do menino em março de 2021.

Na decisão, a juíza da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Elizabeth Louro, exigiu que Monique só fale com familiares ou advogados e não faça publicações em redes sociais. Na decisão, a juíza citou ameaças que a mãe de Henry relatou estar sofrendo na cadeia.

O engenheiro Leniel Borel, pai Henry, lamentou a decisão. Para Leniel, Monique é "tão culpada quanto Jairinho" e, por esse motivo, ele diz que não esperava que a ex-esposa ganhasse a liberdade a essa altura do processo. A expectativa é de que o caso vá a júri popular.

Relembre o caso

Os laudos periciais apontam 23 lesões no corpo do menino e que Henry morreu em decorrência de hemorragia interna e laceração no fígado causada por ação contundente.

O casal foi preso em 8 de abril de 2021. Em 6 de maio, o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) denunciou Jairinho por homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunha. Já Monique foi denunciada pelos crimes de homicídio triplamente qualificado na forma omissiva, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha.

"O crime de homicídio foi cometido por motivo torpe, eis que o denunciado decidiu ceifar a vida da vítima em virtude de acreditar que a criança atrapalhava a relação dele com a mãe de Henry", afirmou o promotor de Justiça Marcos Kac, no texto da denúncia.

No dia 10 de fevereiro, Monique e Jairinho foram foram à 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro para serem interrogados. Monique falou por mais de 10 horas, mas o ex-vereador negou-se a dar sua versão sobre os fatos.

Ele justificou seu silêncio em menos de 10 minutos, e afirmou: "Juro por Deus que não encostei a mão em um fio de cabelo do Henry".

Um novo interrogatório de Jairinho, marcado para 16 de março, foi adiado e não há data definida.