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'Sou um eleitor frustrado do Bolsonaro', diz novo governador de SP

Ex-vice de Doria, Rodrigo Garcia (PSDB) é pré-candidato ao governo de São Paulo - Divulgação/Governo de São Paulo
Ex-vice de Doria, Rodrigo Garcia (PSDB) é pré-candidato ao governo de São Paulo Imagem: Divulgação/Governo de São Paulo

Do UOL, em São Paulo

08/04/2022 07h45Atualizada em 08/04/2022 09h19

Atual governador do estado de São Paulo após João Doria (PSDB) deixar o cargo para se dedicar à pré-campanha presidencial, Rodrigo Garcia (PSDB) disse que é "um eleitor frustrado" do presidente Jair Bolsonaro (PL) em entrevista à revista Veja publicada hoje. Para o tucano, Bolsonaro, que vai disputar a reeleição em outubro, frustrou ele e "milhões de brasileiros que acreditaram em um projeto".

"Sou um eleitor frustrado do Bolsonaro. Ele ganhou com uma agenda de reformas e parou na primeira, a da Previdência. Não encarou as outras reformas necessárias para o Brasil, como a administrativa e a tributária. Frustrou a mim e a milhões de brasileiros que acreditaram em um projeto, uma narrativa eleitoral que não se confirmou. Bolsonaro candidato falou uma coisa e, no governo, fez outra", afirmou.

Pré-candidato ao governo do estado de São Paulo, Garcia tenta se cacifar como uma terceira via na esfera estadual. Caso seja eleito, disse que vai "proteger São Paulo contra o petismo e contra a família Bolsonaro". "Não vou governar para os extremos, vou governar para os paulistas", acrescentou.

Segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem para a corrida ao Palácio dos Bandeirantes, Garcia aparece em terceiro lugar na disputa, com 6% das intenções de voto. Ele empata dentro da margem de erro com ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que tem 10% e é o pré-candidato apoiado por Bolsonaro ao governo paulista.

Ainda de acordo com o levantamento, o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) é líder para ocupar a cadeira de chefe do Executivo, com 29%. Em segundo lugar, está o ex-governador Márcio França (PSB), com 20%.

O atual governador de São Paulo também falou sobre a disputa presidencial e disse considerar "natural" que a eleição nacional "desperte paixões".

"A polarização é para todos os estados, mas com o andar do processo, do governo, e no momento da eleição, quando as pessoas pararem para prestar atenção, não tenho dúvida de que a sociedade vai separar a disputa de São Paulo da nacional e fazer uma escolha livre e soberana em relação ao voto", afirmou.

Hoje, a pesquisas de opinião indicam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente na corrida ao Palácio do Planalto, seguido por Bolsonaro. Pesquisa Datafolha divulgada em 24 de março, o petista apareceu com 43% das intenções de voto. O atual presidente ficou com 26%. O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) empataram dentro da margem de erro, com 8% e 6%, respectivamente.