Aloysio Nunes diz que chapa Lula-Alckmin é 'aliança em torno da democracia'
O ex-senador e ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes (PSDB-SP) afirmou hoje que o acordo político entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB-SP) para a disputa à Presidência no pleito deste ano é uma "aliança em torno da democracia".
Em entrevista à CNN Brasil, o tucano afirmou que as diferenças entre ambos possibilitaram a formação da chapa.
"As diferenças entre Alckmin e Lula existem, mas é por isso que estão juntos, se fossem iguais, não estariam. O fato de Geraldo ter diferenças de projeto é o que justifica a aliança dos dois em torno da democracia", declarou.
Para Nunes, trata-se de uma "junção importante" para o cenário político nacional, que passa uma ideia de "força e amplidão dessa coligação", mas ressalta ainda não ter ciência de como isso conseguirá ser traduzido em votos.
Falta projeto à 3º via, diz Nunes
Na entrevista, Aloysio Nunes criticou a chamada terceira via de oposição à candidatura de Lula e ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentará a reeleição. Para ele, esse candidato à parte é majoritariamente "uma criação midiática", que não corresponde "a uma opção de política real".
Para o tucano, nomes como o ex-governador João Doria (PSDB-SP), a senadora Simone Tebet (MDB-MS) ou o ex-ministro Sergio Moro (União Brasil) não abrirão mão de suas respectivas candidaturas para apoio mútuo, além de carecerem de um projeto político claro com proposições para sanar os problemas do país.
"O primeiro equívoco [cometido pela terceira via] é achar que as pessoas votam pela negação. As pessoas votam a favor de alguma coisa. A negação ela aparece no segundo turno, no primeiro votam em algo que possam cativá-las, uma proposta, e a terceira via não construiu até agora essa proposta, não consegue estabelecer uma pauta", ponderou.
Por fim, Aloysio Nunes disse acreditar que esses pré-candidatos erram em colocar Lula e Bolsonaro como extremos, pois, para ele, apenas Bolsonaro mantém uma postura extremista, com defesa recorrente da ditadura militar brasileira (1964-1985), além de já ter atentado em diversas ocasiões contra o estado democrático de direito.
"[O outro] equívoco é quando os políticos da terceira via dizem ser contra os dois extremos. Na minha opinião, existe o extremismo da direita bolsonarista, que é uma ameaça real à democracia. O presidente Bolsonaro, ainda na semana passada, reiterou elogios à ditadura, o filho debochou da tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão, esse extremismo a gente precisa isolar", completou, fazendo referência ao deboche do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que ironizou a tortura sofrida por Miriam na época da ditadura militar no país.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.