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Mandetta: Moro cometeu 'erros políticos' e está em situação 'complicada'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/04/2022 09h40Atualizada em 11/04/2022 13h14

Na avaliação de Luiz Henrique Mandetta (União-MS), ex-ministro da Saúde, Sergio Moro (União-SP) fez movimentos "precipitados" na tentativa de se firmar como um pré-candidato à Presidência da República.

"Ele está em uma situação política muito complicada, de quem cometeu erros políticos", disse Mandetta ao UOL News - Manhã, programa do Canal UOL.

Para o ex-deputado federal, o primeiro erro de Moro foi procurar o Podemos, uma legenda que, na avaliação dele, carecia de "lastro" para formar alianças no entorno do ex-juiz da Lava Jato, para lançar a pré-candidatura.

"E aí, para a surpresa de geral, depois ele fez uma filiação faltando 24 horas para a janela partidária fechar para o União Brasil, um partido que nem sequer fez esse debate (de lançar uma pré-candidatura à Presidência em 2022)", acrescentou.

Segundo Mandetta, embora Moro ainda se coloque "à disposição" do partido para se lançar nas eleições presidenciais de 2022, o nome dele não conta com simpatia de nomes que devem se lançar pela legenda nos estados, como governadores e senadores.

Ao se filiar ao União, no final de março, Moro disse que abriria mão da pré-candidatura à Presidência. Na época, ele marcava 8% de intenções voto na mais recente pesquisa Datafolha, um ponto percentual a menos — mas dentro da margem de erro — que o levantamento realizado três meses antes.

No dia seguinte, porém, Moro disse que não "não desistiu de nada" e que também não postularia candidatura à Câmara dos Deputados, como vinha sendo ventilado nos bastidores.

Ainda no dia 1º de abril, o União Brasil emitiu nota rebatendo o recém-filiado Moro, afirmando que o ingresso do ex-ministro da Justiça na legenda era visando uma candidatura a deputado estadual, federal ou, "eventualmente", ao Senado.

"Em caso de insistência em um projeto nacional, o partido vai impugnar a ficha de filiação de Moro", disse ainda o União Brasil no comunicado, assinado pelo deputado federal Alexandre Leite (SP).

Para Mandetta, Moro "tem todo o direito de pleitear", "mas uma candidatura não se dá só com pesquisas". Ainda na avaliação dele, no momento, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) é o nome com mais cacife para se lançar como o nome da centro-direita para as eleições de 2022.

"Desses nomes que estão aí, a Simone é a principal possibilidade nesse momento", afirmou, pontuando que ela vai precisar, primeiro, driblar as "assimetrias internas" do MDB — no caso, o fato de o partido ser composto por diversas correntes com interesses políticos e eleitorais distintos.

Ainda falando ao UOL, Mandetta disse que deve ser candidato ao Senado por MS em 2022. "Espero uma campanha muito intensa", afirmou, citando o fato de que deve rivalizar com Tereza Cristina (PP), ex-ministra da Agricultura do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), no pleito.