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Temer: Se Bolsonaro tivesse assumido vacina, 'ninguém tiraria eleição dele'

Do UOL, em São Paulo

12/04/2022 13h27

O ex-presidente Michel Temer (MDB) criticou a falta de capacidade de diálogo do atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Para Temer, se Bolsonaro tivesse sido mais ágil em obter vacinas contra a covid-19, "ninguém tiraria a eleição dele".

Em entrevista ao UOL News desta tarde, Temer foi questionado se ele acha que é possível que Bolsonaro se reeleja. Ele respondeu ser difícil dizer, uma vez que apesar de ele aparecer em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, Bolsonaro está no poder e pode contar com um aumento da aprovação em função do Auxílio Brasil.

"Falta diálogo. Vou dar um exemplo, no caso da vacina, se ele tivesse assumido a condução dessa questão da vacinação, ninguém tiraria as eleições dele", afirmou o ex-presidente.

Apesar da crítica, Temer se negou a responder como avalia o governo de Jair Bolsonaro. "Eu acho que nós precisamos esperar mais para responder isso, porque nós temos mais tempo de governo", falou.

Apoio à Simone Tebet

Ao longo da entrevista no Canal UOL, Temer defendeu reiteradamente o nome de Simone Tebet como candidata do MDB à Presidência. Ele diz considerar que a senadora é um bom nome para a disputa por não ter uma taxa de rejeição alta e por seu histórico como parlamentar.

Alguns nomes do partido, como o senador Renan Calheiros e o ex-senador Eunício Oliveira, defendem que o MDB apoie o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já no primeiro turno da disputa.

Eu acho um erro não ter candidato no primeiro turno.
Michel Temer (MDB), ex-presidente do Brasil

'Lula nunca me procurou'

Temer garantiu que Lula nunca o procurou para falar sobre as eleições. O mdbista diz que foi procurado por diversos outros pré-candidatos em busca de apoio, mas não pelo petista. Ele também mencionou nomes de com quem teria conversado.

Perguntado se o MDB poderia compor um eventual futuro governo Lula, Temer disse que o petista vai precisar da legenda.

Certamente que ele vai precisar de gente no Congresso Nacional e particularmente o MDB. Se isso acontecer, vai chamar o MDB, mas isso vai depender lá no futuro. Nós temos um longo trajeto.
Michel Temer (MDB), ex-presidente do Brasil