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Moro diz que não desistiu de ser presidente: 'Estou em 3º nas pesquisas'

Ex-juiz Sergio Moro criticou governo Bolsonaro na entrevista - Reprodução
Ex-juiz Sergio Moro criticou governo Bolsonaro na entrevista Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/04/2022 20h27Atualizada em 13/04/2022 21h05

O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) disse hoje que está aberto para ser o nome para disputar a presidência da República, apesar de o seu partido indicar o deputado federal e presidente da sigla, Luciano Bivar (PE), como pré-candidato no pleito deste ano.

Em entrevista ao programa Amarelas On Air, da Revista Veja, o ex-ministro da Justiça chegou a comentar que o seu nome alcançou o 3º lugar nas pesquisas eleitorais, perdendo apenas para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

"[Continua sendo candidato à presidência, se desejado?] Sim, veja, as pesquisas me apontavam com 8% a 10% [das intenções de votos]. Eu tinha a 3ª posição, a candidatura mais competitiva, mas se a gente não tem uma aglutinação de forças que venham do mundo político, sociedade e setor privado não adianta. Nós temos que ter realmente uma união", declarou.

E completou: "É preciso que a gente faça algum sacrifício para que tenhamos aglutinação. Olha, eu estou em 3º lugar nas pesquisas, mas para a gente poder avançar, e essa foi a minha percepção, a gente precisava ter uma aglutinação partidária, tempo de televisão, maiores recursos".

Apesar da disponibilidade para disputar o cargo de chefe do Executivo, Moro também se colocou à disposição do partido, classificando a si próprio como um "soldado da democracia", e disse que aceitará o que for firmado pela sigla que se filiou recentemente — após sua saída do Podemos.

"Eu deixo essa posição [de escolha] neste momento e me coloco à disposição do partido. A decisão vai ser do partido e o que for decidido a gente vai cumprir. Não vou chegar num partido e dizer que 'eu sou rei da cocada preta'. Então, eu tenho que assumir essa posição e gente tem que respeitar isso. A minha posição é a mesma para os outros partidos. (...) Se eu não for escolhido, vou estar lutando pelo que eu acho certo."

Durante a sua entrevista, Moro ainda reforçou que os políticos e pré-candidatos ao Palácio do Planalto precisam deixar os interesses pessoais de lado e focarem na mudança eleitoral do país.

"Eu acho que [a falta de união para um nome da 3ª via] é um pouco de colocarem os interesses pessoais na frente dos interesses do Brasil. Por isso, eu dei esse passo para trás."

Saída do Podemos e planos com a esposa

Ainda no programa, Moro explicou que a sua saída do Podemos e a filiação ao União Brasil foi um movimento planejado para viabilizar uma candidatura que fosse de "centro" e "competitiva" em oposição a Lula e Bolsonaro.

"O movimento que eu fiz foi justamente para viabilizar essa candidatura que pode ser competitiva em relação a esses extremos. Eu não desisti de transformar o Brasil e de ajudar a romper essa polarização", ressaltou.

Questionado novamente sobre os planos atuais, Moro disse apenas que a sua esposa, a advogada Rosângela Moro, deve se candidatar como deputada federal pelo estado de São Paulo.

"A questão vai concorrer, não vai, o que vai fazer, não vai, vai ser definida depois. Filiei a minha esposa, vamos falar aqui sinceramente, temos um plano de colocar ela como deputada federal por São Paulo. Ela tem uma vida pública, sempre se dedicou às causas sociais, sempre atuou de maneira nobre na advocacia. É a única coisa que eu tenho definida. Embora bater o martelo vai ser mais tarde."

Moro e intenções de voto

Pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, contratada pela BGC Liquidez e divulgada no dia 6 de abril, mostrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente em todos os cenários de primeiro turno.

No principal cenário, o petista tem 40,1% das intenções de voto na pesquisa estimulada — quando é apresentada a lista com os nomes dos pré-candidatos. O presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece em segundo lugar, com 32,7%.

O cenário analisado ainda tem o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), que mudou de partido e gerou indefinição sobre se será candidato à Presidência ou a outro cargo. Ele aparece em 3ª lugar, com 7,1%, empatado tecnicamente com Ciro Gomes (PDT), que tem 5,4%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.