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Renan reclama de 'candidatura de 1%' de Tebet e teme nova 'tragédia' no MDB

Colaboração para o UOL

14/04/2022 10h13Atualizada em 14/04/2022 13h29

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) declarou hoje ao UOL News que o MDB não pode correr o risco de viver uma nova "tragédia" nas eleições, apostando em uma candidatura à Presidência da República que não emplaque nas urnas, como aconteceu em 2018. O parlamentar afirmou que apoia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por ser o único, nas palavras de Calheiros, com chances de impedir a reeleição de Jair Bolsonaro (PL), de quem é opositor.

A fala do "cacique" emedebista ocorre no momento em que uma ala do partido se aproxima de Lula, pré-candidato pelo PT, e tenta rifar a candidatura ao Planalto da senadora Simone Tebet (MDB-MS). A parlamentar pontuou entre 0,5% e 2% em pesquisas divulgadas na primeira semana de abril.

Uma candidatura com 1% dos votos, no máximo com 2%, não vai ajudar a alavancar e dar competitividade aos palanques estaduais.
Senador Renan Calheiros (MDB-AL), no UOL News

"O que o MDB precisa refletir é se vai repetir a experiência da eleição passada, quando a candidatura do [Henrique] Meirelles levou o partido a uma tragédia, diminuição da bancada no Senado Federal e na Câmara dos Deputados pela metade. O MDB, de uma bancada de 24 senadores, só reelegeu três. Ou temos um candidato para ganhar, ou melhor não ter candidato para não repetir o que já aconteceu."

O senador ressaltou ainda que a única possibilidade de crescimento de qualquer candidatura da chamada "terceira via" seria pela queda nas pesquisas do ex-presidente Lula e do presidente Bolsonaro.

"Sem essa queda, não haverá, consequentemente, espaço para uma projeção de crescimento de nenhum candidato. As eleições estão engessadas desde julho de 2021. Nós temos um gráfico que é uma reta, onde os candidatos da terceira via, somados, não chegam ao segundo colocado."

Apoio a Lula

Durante a entrevista, o senador citou que acredita no projeto do ex-presidente Lula (PT), pois há uma disputa entre a democracia e a autocracia (poder ilimitado e absoluto), em crítica ao governo Bolsonaro.

"Eu apoio o Lula não porque ele é favorito para ganhar as eleições, mas ele é a única candidatura que pode derrotar Bolsonaro e pode reafirmar os valores civilizatórios. Ele é um político que erra pouco. Lula não pode errar mais nesse processo político-eleitoral porque essa não é sua tradição".