Criticado por Bolsonaro, acordo entre WhatsApp e TSE tenta frear fake news
O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o acordo feito entre o WhatsApp e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para implementar novos recursos na plataforma. Graças ao combinado entre as duas partes, o Brasil, diferentemente de outros países, terá acesso às novidades apenas após as eleições, em outubro deste ano.
"É simplesmente algo inaceitável, inadmissível e inconcebível. O WhatsApp passa a ter uma nova política para o mundo, mas uma especial respectiva para o Brasil. Isso após um acordo com três ministros do Tribunal Superior Eleitoral", declarou ele hoje (15) durante motociata em São Paulo. A campanha de Bolsonaro à Presidência da República, em 2018, fez amplo uso das redes sociais.
O UOL explica, abaixo, no que consiste este acordo e o porquê de ele ter sido determinado:
O que o WhatsApp anunciou?
Ontem (14), o aplicativo anunciou que irá testar um novo recurso: a implementação de comunidades, que podem abrigar até 2.560 membros. O valor é dez vezes maior do que o número máximo de integrantes permitidos em um grupo no aplicativo atualmente (256 membros).
Mas, no caso específico do Brasil, o recurso só será habilitado após o segundo turno das eleições, marcado para 30 de outubro.
Por que atrasar a implementação no Brasil?
A medida foi acordada junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por receio de que as comunidades ampliem a propagação de notícias falsas — a plataforma foi amplamente utilizada para espalhar as fake news nas eleições de 2018.
"Isso que o WhatsApp está fazendo no mundo todo... Sem problema. Agora, abrir uma excepcionalidade para o Brasil? Isso é inadmissível, inaceitável e não vai ser cumprido esse acordo que por ventura eles tenham feito com o Brasil, com informações que eu tenho até o presente momento", declarou o presidente da República.
Quais os riscos que o novo recurso pode oferecer?
Cristina Tardáguila, colunista do UOL, avalia que o novo recurso pode ampliar em ao menos 10 vezes a velocidade de circulação de informações pelo aplicativo.
De acordo com a colunista, atualmente as mensagens podem ser encaminhadas em apenas dois grupos cheios (que reúnem 512 pessoas). Com a implementação de comunidades, as entregas podem ser ampliadas para 5 mil pessoas (o equivalente a duas comunidades).
Em 2018, a Folha de S.Paulo noticiou que empresários que apoiavam a campanha de Bolsonaro à Presidência da República haviam financiado disparos em massa contra o PT, incluindo o envio de fake news sobre o partido e seus candidatos.
O próprio WhatsApp admitiu, no ano seguinte, que houve amplo envio ilegal de mensagens durante as eleições de 2018.
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