Simone Tebet rejeita ser vice e diz ter sido chamada a ser nome do centro
A senadora Simone Tebet (MDB-MS), pré-candidata à Presidência da República, rejeitou o papel de vice na campanha eleitoral, defendeu ser o nome de unificação da centro-direita e criticou o fisiologismo histórico de seu partido.
Durante a sabatina UOL/Folha, apresentada por Fabíola Cidral e conduzida pelo colunista do UOL Josias de Souza e pela jornalista da Folha de S. Paulo Catia Seabra, rebateu o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que chamou a pré-postulação dela de "candidatura de 1%", temendo que o desempenho da colega repita o do ex-ministro Henrique Meirelles em 2018. Candidatos ao Legislativo também temem que um nome do MDB como cabeça de chapa gaste boa parte do fundo eleitoral que poderia ajudá-los a se elegerem em seus estados.
"O que fez o MDB encolher não foi a candidatura própria [de Henrique Meirelles]: foram denúncias gravíssimas de corrupção que, ao longo do tempo, foram se comprovando que não eram verdadeiras", disse Tebet
Ela disse que sua pré-candidatura é "diferente da do Meirelles". "Ele pediu para ser candidato e o partido deliberou, mas eu não: eu fui chamada", argumentou Tebet, dizendo que a pré-postulação dela veio dos clamores "da base" da legenda.
A parlamentar afirmou que os caciques do MDB que se opõem a sua candidatura não representam todo o partido. Tebet tem o apoio de nomes como o do ex-presidente Michel Temer e do presidente nacional do MDB, o deputado federal Baleia Rossi.
Ela inclusive defendeu a gestão de Temer à frente do Executivo, depois do impeachment de Dilma Rousseff (PT), e disse que ele tem sido "um bom conselheiro" para ela nos últimos meses.
A senadora defendeu ser a melhor opção para representar a frente de partidos de centro em oposição aos nomes de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lideram as pesquisas de intenção de voto. MDB, PSDB, Cidadania e União Brasil pretendem anunciar um candidato único para disputar as eleições pelo centro até o dia 18 de maio.
"Meu nome não é conhecido e tenho o menor grau de rejeição", argumentou a pré-candidata. Além de Tebet, João Doria (PSDB) e Luciano Bivar (União Brasil) são candidatos à vaga. O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) também tenta se cacifar como uma opção aos partidos.
Para Tebet, a decisão final sobre o candidato cabe aos partidos e à população, mas o MDB deve seguir com a candidatura até a decisão final. "O MDB não pode ficar a reboque de quem quer que seja", afirmou a parlamentar. "A pré-candidatura terá rosto, nome e sobrenome. Antes disso, nada pode ser feito nem cobrado."
Não a vice
Ela negou ainda que seja uma opção de vice para os demais pré-candidatos.
Não sou candidata à vice-presidência da República. [Se eu ] Abrir mão da pré-candidatura à Presidência e aceitar papel de vice, estaria diminuindo o espaço da mulher na política."
Simone Tebet, senadora
A parlamentar disse que não agregará à disputa como vice se não subir nas pesquisas: "Se eu não pontuar a ponto de ser cabeça de chapa, eu não vou ajudar sendo vice".
Questionada sobre qual sua opinião em relação à legalização do aborto, a pré-candidata à Presidência da República, disse hoje ser contra o aborto para casos além dos já previstos em lei, mas defendeu que o assunto não seja um "tabu".
"A Constituição foi muito feliz quando permitiu o aborto em casos de estupro, em que a mulher está com a vida ameaçada e em casos de anencefalia", afirmou Tebet ao UOL.
Lava Jato
A senadora defendeu que Lava Jato "escancarou verdadeiros escândalos", mas que é preciso se certificar melhor se os trabalhos da operação seguiram o devido processo legal.
"A Lava Jato cumpriu um papel muito importante para o Brasil. Não adianta o PT dizer que não, que não houve corrupção. Ninguém devolve R$ 6 bilhões se não devia", afirmou.
"O que esteve por trás de elementos do Ministério Público para não cumprir o devido processo legal, aí tem que perguntar para o ministro Sergio Moro o que houve. Se houve má-fe ou boa-fé, eu não sei dizer. Quero crer que houve boa-fé."
Simone Tebet é a primeira entrevistada da série de sabatinas do UOL e da Folha de S.Paulo com os pré-candidatos à Presidência da República nas eleições de 2022. A transmissão da entrevista pode ser acompanhada pelo Canal UOL ou pelo YouTube.
Na última pesquisa Datafolha, divulgada em 24 de março, Tebet aparece com 1% das intenções de voto em todos os quatro cenários pesquisados. Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 43% e 44% (a depender do cenário), e o presidente Jair Bolsonaro (PL), com 26%, encabeçam a disputa.
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