França diz que escolha de Lula por Alckmin simboliza pedido de desculpas
O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), considerado o grande articulador da chapa presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que o petista busca se redimir.
"Quando ele faz uma opção pelo Alckmin, de alguma forma ele está pedindo desculpas. Não ao fato do mensalão. Mas àquelas críticas que eles [Lula e o PT] faziam antes", disse França em entrevista à Veja.
"Quando eles diziam que Fernando Henrique [Cardoso] não prestava, que era ladrão, que Alckmin era ladrão, que não sei quem lá era ladrão. Eles estavam errados também", apontou. "O PT de hoje é muito mais maduro do que antes", completou.
O ex-governador, que busca chefiar São Paulo novamente a partir das eleições deste ano, falou que o petista aprovou rapidamente o nome de Alckmin como seu possível vice-presidente. "Lula fará o necessário para vencer", afirmou.
"O Lula precisará ganhar as eleições, porque é a única pessoa que tem condições de derrotar o atual presidente", argumentou França sobre Jair Bolsonaro (PL), considerado o maior obstáculo para a vitória de Lula este ano, segundo as pesquisas eleitorais.
O ex-governador disse que a eleição presidencial será polarizada: "a expressão terceira via já surge errada, ninguém quer ser terceira via, quer ser primeira ou segunda. Uma via viável ou tira Bolsonaro ou Lula. Supondo que eu esteja certo, o retirável aí é Bolsonaro, que é quem tem um pouco mais de fragilidade —ele é um frágil forte".
Lula e Bolsonaro têm 9 pontos de distância
Nove pontos percentuais separam Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) na disputa pela Presidência da República, segundo o Agregador de pesquisas eleitorais UOL, lançado no último dia 11.
O petista lidera as intenções de votos com 41%, enquanto o atual presidente da República tem 32% da preferência dos eleitores. Atrás dos dois aparecem, com 6%, Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (União Brasil).
A diferença entre os dois líderes da pesquisa diminuiu: no dia 8, a distância entre Lula e Bolsonaro era de 11 pontos. O petista tinha 42% e o atual presidente, 31%, de acordo com o agregador.
A ferramenta reúne pesquisas de opinião feitas por mais de 20 institutos e apresenta cálculos em cima de todos os cenários testados. Isso inclui também simulações com nomes que não são confirmados na disputa, como o do ex-juiz Sergio Moro.
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