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"Brasil nunca teve um presidente tão desqualificado moralmente", diz Lula

Paulo Roberto Netto

Colaboração para o UOL, de Brasília

21/04/2022 12h28

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse hoje de manhã, em evento em Heliópolis (zona sul de São Paulo), que o Brasil nunca teve um presidente "tão desqualificado moralmente" quanto Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita durante um encontro do petista com jovens da comunidade.

Lula não mencionou nominalmente Bolsonaro, mas disse que o presidente era um "estimulador do ódio e da discórdia" e uma pessoa que "não prega um sentimento de paz".

"O Brasil nunca teve um presidente tão desqualificado moralmente. Um cara que não fala de emprego, que não fala em educação. Ele não fala em ciência e tecnologia. Ele não fala em educação dos jovens. Ele não fala nada. Ele se alimenta do ódio que ele e a família dele transmitem todo santo dia por fake news"
Lula, ex-presidente da República

O petista disse que Bolsonaro "vive enganando muita gente boa da igreja evangélica". "Dizendo que ele é bom, que é o representante de Deus e quem não tá com ele é comunista, é o mal." Segundo Lula, o presidente "não tem nenhum compromisso com a verdade".

"Ele não é capaz de fazer uma passeata. Ele faz motociata", disse. "Nunca recebeu nenhuma comunidade, nunca recebeu o movimento negro, LGBT, nunca recebeu sindicato, a CUT, a UNE. Ele vive em um mundo de mentiras que construiu para chegar à Presidência da República."

Lula também afirmou que preferiria que o Brasil tivesse votado em "outra pessoa", não necessariamente nele ou Fernando Haddad (PT), em 2018, ao invés de Bolsonaro. "Votasse em outra pessoa que tivesse qualificação moral, que tivesse sentimento de respeito, de solidariedade, que se dispusesse a distribuir livros, e não armas", afirmou.

Naquele ano, um dos candidatos à Presidência era Geraldo Alckmin, hoje no PSB e o escolhido para ser vice na chapa com o petista nas eleições de 2022.

Lula também alfinetou o ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ao relembrar a disputa que o tucano venceu em 2016 pela Prefeitura de São Paulo. Segundo o petista, a derrota foi uma de suas "maiores tristezas".

"Qual o critério que induz a pessoa a deixar dois educadores de fora (Haddad e Gabriel Chalita) e eleger alguém que é uma pessoa que não tem nem passado, nem presente e nem futuro político", disse o petista.

O evento terminou com um pedido de voto ao ex-presidente. "Só basta a gente votar direito e eleger o Lula como presidente da nossa nação para fazer a diferença", disse um participante. A conduta, em tese, pode ser qualificada como campanha eleitoral antecipada, vedada pela Justiça Eleitoral.