MP-MT abre inquérito contra deputado bolsonarista por outdoor contra Lula
O MP-MT (Ministério Público do Mato Grosso) determinou a abertura de um inquérito policial para investigar um outdoor com ofensas contra o ex-presidente Lula (PT) em Rondonópolis, a 220 km de Cuiabá. Um dos dos investigados é o deputado estadual Gilberto Cattani (PL), apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O pedido foi feito pelo próprio ex-presidente e pelo PT na última semana. Cattani e membros do grupo "Movimento Conservador", que participaram da inauguração do outdoor em fevereiro, serão investigados por difamação, injúria, ameaça e associação criminosa.
A peça, colocada nas margens da BR-364, levava a foto de Lula com a legenda: "Aqui esse bandido é reconhecido como 'traidor da pátria'. Fora... maldito!". Em vídeo divulgado nas suas redes sociais, Cattani aparece junto a outros membros do grupo fazendo piadas sobre uma suposta tentativa de retirada do outdoor.
No pedido, os representantes do ex-presidente afirma que sua honra está sendo atacada "em nível nacional" e que o outdoor é prejudicial por ficar em um rodovia com fluxo intenso de veículos e em "um dos principais polos do agronegócio brasileiro".
Na decisão, o procurador Domingos Sávio de Barros Arruda cita que Cattani não só divulgou o outdoor em suas redes sociais, junto a diversas ofensas contra Lula, como "disse que seria 'o primeiro outdoor de muitos'".
O deputado estadual Gilberto Cattani, Thiago Mota de Lima, Michel Pagno e outros ainda não identificados, se associaram, de forma estável e permanente, para a prática reiterada de delitos contra a honra do ex-presidente da República.
Procurador Domingos de Barros Arruda, do MP-MT
"Observa-se, portanto, que o quadro aqui exposto revela uma possível prática não apenas do crime de associação criminosa, mas, também, de Injúria e Difamação por parte do deputado estadual Gilberto Cattani e outros", completa o procurador.
Os advogados do partido, Cristiano Zanin e Eugênio Aragão, disseram que a decisão "é importante no sentido de conter os abusos cometidos antes mesmo do início da campanha presidencial de 2022", de acordo com uma nota divulgada no site do PT.
O UOL procurou ainda o deputado Gilberto Cattani, mas não teve sucesso até o fechamento da matéria.
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