Defesa: Falas de Barroso sobre Forças Armadas e eleições são irresponsáveis
O Ministério da Defesa publicou uma nota hoje à noite rebatendo as falas do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso. Para a Defesa, as alegações de Barroso sobre um possível uso das Forças Armadas para ameaçar ou interferir nas eleições deste ano são irresponsáveis e ofensivas.
"Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave", disse a nota.
O texto ainda argumentou que a Defesa "repudia qualquer ilação ou insinuação, sem provas, de que elas teriam recebido suposta orientação" para agir contra a democracia.
Hoje mais cedo, Barroso falou sobre o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) sem citá-lo diretamente, mas dando exemplos que fazem referência às críticas que o chefe do Executivo tece às urnas eletrônicas e ao desejo das Forças Armadas acompanharem todo o processo de perto.
"Um desfile de tanques é um episódio com intenção intimidatória. Ataques totalmente infundados e fraudulentos ao processo eleitoral. Desde 1996 não tem nenhum episódio de fraude. Eleições totalmente limpas, seguras. E agora se vai pretender usar as Forças Armadas para atacar. Gentilmente convidadas para participar do processo, estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditá-lo", afirmou Barroso.
O ministro do STF avaliou ainda que há o risco do que chamou de "retrocesso cucaracha" com o envolvimento do Exército na política, e citou o que aconteceu na Venezuela nas últimas duas décadas, lembrando que o país vizinho se tornou um "desastre humanitário".
*Com Estadão Conteúdo
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